Until Dawn é jogo de terror que fãs de 'Pânico' sempre quiseram

Jogador decide se personagens morrem diante de assassino mascarado. 'Until Dawn' será lançado em 2015 com exclusividade para PlayStation 4


Se você cresceu vendo filmes de terror como "Halloween", "Pânico" e "Eu sei o que vocês fizeram no verão passado", então é muito provável que "Until Dawn", game exclusivo do PlayStation 4, seja o que você sempre quis jogar. O jogo conta a história de um grupo de amigos que acaba topando com um assassino mascarado durante uma viagem de férias, e cabe a você fazê-los sobreviver (ou não).

Na versão de "Until Dawn" testada na feira PlayStation Experience, em Las Vegas (EUA), acompanhamos uma parte do game estrelada por Samantha, personagem interpretada e dublada pela atriz Hayden Panettiere (da série "Heroes"). Sam está ouvindo música clássica em uma banheira (um pouco clichê), dentro de uma casa de campo enorme e no meio do mato (bem clichê), quando o serial killer consegue atrair a heroína ainda seminua, de toalha enrolada no corpo, para fora do banheiro (absurdamente clichê). O que não é batido é o que acontece daí em diante.

Sam faz pouco além de caminhar pelos ambientes da casa e interagir com objetos. Porém, os ângulos de câmera fixos e opostos a cada cena, em um jogo de imagens que lembra até os primeiros "Resident Evil", são responsáveis por construir a tensão. E quando Sam é confrontada pelo assassino – uma mistura de Michael Myers com "Onde os fracos não têm vez" – cabe a você fazer as escolhas. É melhor jogar um vaso contra a ameaça ou sair correndo? Na outra sala, o ideal é se esconder debaixo da cama ou pulá-la e continuar fugindo?

Nessas horas, assume-se mais o papel de um espectador do que o de um jogador propriamente dito. Por causa disso, por ser puramente narrativa e não depender da habilidade de cada um, é que a tomada de decisões de "Until Dawn" deixa o game tão emocionante. Cada momento desses é uma crise de julgamento: o que Sidney Prescott, da série "Pânico", faria para se livrar do vilão Ghostface? As medidas menos óbvias surtiram efeito (nunca vá para debaixo da cama, isso é cilada) e me ajudaram a escapar. E no final, precisei me concentrar para não mexer o controle e passar despercebido – o game preserva algumas mecânicas de quando ainda era desenvolvido para o PS Move.

Essa importância das decisões pode ser sacada antes mesmo de "Until Dawn" começar. No início, o jogo perguntou se tenho mais medo de agulhas ou de sufocamento. Se o que mais me assusta são multidões ou o isolamento. As respostas a esses questionamentos ajudam a ajustar a partida às minhas sensações. Isso determina, entre outras questões, a arma que o assassino irá usar para tentar acabar com a minha raça (sai para lá com essa máscara de gás). E se por acaso alguma decisão minha levasse ao fim de Sam, o jogo continuaria sem interrupções. Isso porque, de acordo com o estúdio Supermassive Games, a história de "Until Dawn" se adapta a cada acontecimento, e o jogador pode terminar o game com os oito personagens vivos... ou com todos mortos.

Essa lógica de permanência lembra games recentes, como os "adventures" "The Walking Dead" e "The Wolf Among Us" e até mesmo o "clássico moderno" "Heavy Rain". Mas ao contrário dos primeiros, onde impera a reflexão e a moral, e do segundo, onde fazer a barba é considerado interessante, "Until Dawn" se preocupa mais em turbinar a adrenalina a cada decisão. Aproveitando de forma criativa os estereótipos dos filmes de terror e abusando da fidelidade gráfica dos personagens, o game diverte, assusta e empolga, e deve se tornar uma das experiências mais originais do PS4. "Until Dawn" tem lançamento previsto para 2015.

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