Pedaladas fiscais ajudaram Marconi a se eleger

Governo de Goiás realizou empréstimo de dinheiro público para pagar despesas do dia a dia do governo


O procurador de Contas do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Fernando Carneiro não podia ser mais claro ao expor o principal motivo da manobra fiscal do governador Marconi Perillo (PSDB), feita em 2014, para alavancar financeiramente as contas do Estado: “Isso permitiu o não aparecimento de certas mazelas na campanha eleitoral. O Estado não tinha caixa", foram as palavras dele em matéria publicada na segunda-feira, 26, pela Folha de S. Paulo.

Nesta terça-feira, 27, o jornal O Popular repercutiu o assunto em uma longa reportagem explicando o mecanismo de pedaladas fiscais em que o governo de Goiás realizou empréstimo de dinheiro público para pagar despesas do dia a dia do governo. No texto, a jornalista Fabiana Pulcineli diz que o saldo negativo de R$ 1,5 bilhão na conta centralizadora do Estado e empréstimos captados em outros poderes são apontados pelo Ministério Público de Contas (MPC) de Goiás como manobras do governo estadual. E lembrou o mais grave: mesmo em flagrante contrariedade à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o Tribunal de Contas do Estado (TCE) aprovou as contas do governo.

“Embora o MPC tenha se posicionado contra as supostas irregularidades e o próprio relator, conselheiro Celmar Rech, cite no parecer “alavancagem financeira” utilizada pelo Estado, as contas de 2014 do governo foram aprovadas em junho, apenas com ressalva sobre o saldo negativo da conta centralizadora”, cita o texto.

Em entrevista ao O Popular, Fernando Carneiro volta a relacionar a pedalada fiscal com o desespero de Marconi Perillo para se reeleger no ano passado. ““É importante levar em conta que essas manobras influenciaram o jogo eleitoral. Um saldo negativo de R$ 1,5 bilhão é gravíssimo. Aprovar as contas foi um tiro de morte na LRF”, ressaltou ele.

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