Paulo do Vale fala ao Rio Verde Agora

Confira a entrevista exclusiva do próximo prefeito de Rio Verde


Natural de Tupaciguara (MG) e formado em Medicina pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Paulo Faria do Vale, 57, mudou-se para Rio Verde nos anos 1980 e criou a primeira e maior clínica de hemodiálise do interior. Ele também foi diretor da Unimed por mais de dez anos e do Sindicato Rural de Rio Verde. Foi ainda presidente do Sicreed de Rio Verde (Cooperativa de Crédito), quando a unidade atingiu a melhor performance dentre todas as demais e obteve os melhores índices em eficiência operacional.

Paulo do Vale foi secretário municipal de Saúde de 2009 a 2012. Em 2014, disputou pela primeira vez uma campanha eleitoral, candidatando-se a deputado federal pelo PMDB, quando obteve 41.845 votos. Em 2016, em sua primeira eleição para um cargo executivo, foi eleito para a Prefeitura de Rio Verde com 47.963 votos (49,33%).  Nesta quinta-feira, 6 de outubro, ele falou com exclusividade ao Rio Verde Agora. Confira:

Quando um candidato de oposição vence com uma margem tão grande de votos, isso indica que a população de uma cidade quer mudanças. Quais as principais mudanças desejadas pelos rio-verdenses que o senhor detectou durante a campanha?
O rio-verdense anseia por mais segurança, a volta de um atendimento de qualidade na saúde pública e investimentos na estrutura física das escolas municipais. O nosso compromisso prioritário é com essas três áreas. Já começamos a trabalhar e buscar alternativas eficazes e inteligentes para dar uma resposta rápida à população. Nos primeiros seis meses de governo teremos uma melhora muito sensível na saúde pública, com a redução das filas de espera por cirurgias e fornecimento adequado de medicamentos. A médio prazo, a melhoria nessas três áreas permitirá avanços em todos os setores, como lazer, cultura e qualidade de vida.

O senhor sofreu duros ataques pessoais durante todo o período eleitoral. Acredita que o nível do debate em nossa cidade tenha 'passado do ponto tolerável'?
Durante toda a campanha e a pré-campanha procuramos manter o alto nível e o respeito aos eleitores e aos nossos adversários. A população mostrou que rejeita o baixo nível e os ataques pessoais. O palanque já foi desmontado e o mais importante é contarmos com o máximo empenho de todos eles para trazer recursos e benefícios para a população.

Em entrevista recente, o senhor afirmou que não será candidato a reeleição. Não é muito cedo para fazer uma afirmação destas?
Eu sou contra a reeleição. Temos um planejamento para executar nossos projetos em quatro anos de mandato. Para isso, não perdemos tempo e já começamos a trabalhar.

Durante a campanha, o tema 'segurança pública' esteve constantemente em destaque. Que medidas o senhor pretende tomar para amenizar este problema? A Prefeitura continuará a pagar o banco de horas das polícias civil e militar?
Passadas as eleições, nós procuramos imediatamente todas as forças de segurança da nossa cidade. Ainda estamos na fase de levantamento de dados e informações para podermos atuar em parceria com a Polícia Militar, a Polícia Civil, a Companhia de Policiamento Especializado (CPE) e os Bombeiros. Em breve, anunciaremos ações integradas com todas essas forças, que fazem um trabalho valoroso.

Outra declaração sua que recebeu bastante destaque foi a de que não buscará entre os vereadores pessoas para formar o seu secretariado. Acredita que mesmo assim conseguirá ter a governabilidade necessária junto ao Legislativo para aprovar seus projetos?
A população deu um recado muito claro nas urnas. Ela mostrou que rejeita o uso da política para atender interesses pessoais. Vamos expor nossos projetos com muita clareza para a população e para os vereadores, que sabem quais são as necessidades de Rio Verde. O Legislativo terá um papel muito importante para dar sustentação a essas medidas. O cidadão tem consciência disso e cobra dos parlamentares uma postura séria e coerente.

Uma outra questão que preocupa os rio-verdenses é a mobilidade urbana. Que medidas o senhor tem em mente para tornar o trânsito menos conturbado em nossa cidade?
O número de carros e motos aumentou muito nos últimos anos e a qualidade do transporte público só vem piorando. A solução para esse problema passa necessariamente por investimentos no transporte coletivo. Na medida em que o transporte público se tornar mais eficiente e barato, a tendência é de que mais pessoas optem por essa alternativa, melhorando assim a mobilidade e desafogando o trânsito.

O senhor vem de um partido que faz oposição histórica ao governador Marconi Perillo. Que relacionamento espera ter com ele durante o seu mandato?
O relacionamento será o mais respeitoso e republicano possível. Como disse, o palanque político já foi desmontado e a prioridade é a administração. O governo municipal não pode fazer oposição ao governo estadual ou federal. Devemos, sim, cobrar com firmeza um retorno em investimentos proporcional à geração de riquezas de Rio Verde para o Estado.

Que projetos o senhor tem para atrair novas empresas para Rio Verde, gerando assim mais empregos em nossa cidade?
Para se instalar em uma cidade, as indústrias querem saber, antes de tudo, se existe energia elétrica, saúde pública e toda a estrutura necessária. É isto que torna um município atraente para novos investimentos, além dos incentivos fiscais e desburocratização dos processos. Nosso intuito é fazer toda essa reestruturação. Rio Verde tem uma localização geográfica privilegiada e uma tradição reconhecida no agronegócio. Acreditamos que, fazendo a lição de casa, podemos promover a geração de renda com novos postos de trabalho e ainda diversificar a produção.

Depois de uma grande campanha, o Esporte Clube Rio Verde retornou para a elite do futebol goiano. O senhor pretende apoiar o futebol profissional durante o seu mandato?
Rio Verde vive um momento de otimismo, uma esperança concreta de tempos melhores. Ficamos felizes em ter o E.C. Rio Verde de volta à 1ª divisão, o que contribui para este clima positivo. No entanto, a Prefeitura não pode mais direcionar recursos da Educação ou de outras áreas prioritárias para o futebol profissional. Durante a campanha deixamos claro que nosso compromisso é com o incentivo ao esporte como um todo, e não apenas o futebol. Pretendemos incentivar a prática esportiva como um investimento na saúde e na qualidade de vida, assim como a formação de novos atletas e apoio aos competidores de outras áreas que se destacam em outras modalidades.

O senhor prometeu romper o contrato do Município com a Odebrecht Ambiental. Isso será possível? Em quanto tempo isso poderá ocorrer? Essa medida trará algum prejuízo aos cofres da cidade?
Assim que assumirmos a Prefeitura, vamos buscar na Justiça o rompimento desse contrato. É o compromisso que firmamos com a população de Rio Verde, que paga uma das tarifas mais caras do País. Isto não vai trazer prejuízo nenhum, muito pelo contrário. A municipalização vai significar uma economia muito importante, principalmente para as famílias mais carentes, que deixam de comprar alimentos e roupas para dar dinheiro para a Odebrecht. Entendemos que isso não é justo.

Qual o estilo de administração que o rio-verdense pode esperar do gestor Paulo do Vale?
O mesmo estilo de quando estive à frente da Saúde no nosso município e que a população já conhece. Um gestor acessível a qualquer pessoa e empenhado em conhecer a fundo os problemas para encontrar a melhor solução. 

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