Novos comissionados de Marconi têm supersalários

Nova casta pode receber até R$ 10 mil


O governador Marconi Perillo (PSDB) recriou, em silêncio,mais de 800 cargos comissionados, que custarão cerca de R$ 1,6 milhão mensais, três meses após a extinção estabelecida pelo pacote de ajuste fiscal aprovado pela Assembleia Legislativa. Vários dos cargos têm salários de R$ 8 mil e R$ 10 mil.

As vagas recriadas acabam com 60% do corte feito em dezembro. O recuo ocorreu sem divulgação, por emenda parlamentar incluída em projeto de lei do Executivo que tratava de outro tema, o chamado "contrabando". Com isso, apenas os servidores efetivos pagarão a conta do ajuste fiscal em Goiás - os comissionados, nadinha.

O líder do Governo, Francisco Oliveira (PSDB), autor da emenda que criou 800 cargos, admitiu ao jornal O Popular, em reportagem da jornalista Fabiana Pulcineli, que foi uma forma de “evitar discussão desnecessária e tramitar mais rápido”. Ele alega urgência na recriação dos cargos para funcionamento das unidades do Vapt Vupt.

O projeto original do governo chegou à Assembleia em 1º de março e previa apenas uma simples mudança na estrutura administrativa do Estado: a inclusão da Fundação de Previdência Complementar do Estado (Prevcom-GO) na lista de órgãos jurisdicionados à Secretaria da Fazenda.

Em 16 de março, o líder do Governo pediu vista do projeto na Comissão Mista e apresentou voto em separado com adição de três artigos com a recriação dos cargos. O projeto foi aprovado com as mudanças no mesmo dia na comissão e em primeira votação no plenário. A segunda votação ocorreu no dia 21 e a sanção do governador Marconi Perillo (PSDB), três dias depois.

A recriação dos cargos atenderá a Casa Militar e Detran, além dos conselhos estaduais que voltam a ter secretários executivos. A nova lei não é clara sobre quantos cargos de secretários executivos são recriados.

O corte de 1.388 cargos comissionados havia sido aprovado em dezembro na Assembleia, em um dos três projetos de lei que compunham o pacote de ajuste fiscal. À época, o governo falou em economia de R$ 1 bilhão por ano com as medidas.

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