Montividiu pode ter novas eleições

Justiça Eleitoral cassou candidatura a prefeita eleita, Suely Gonçalves


As eleições de outubro realizadas na cidade de Montividiu podem ter um novo capítulo. A Justiça Eleitoral acatou pedido do Ministério Público Eleitoral e cassou o registro de candidatura da vencedora das eleições para prefeito na cidade, Suely Gonçalves. Além dela, seu vice e o candidato a vereador Raimundo de Oliveira da Silva foram considerados inelegíveis e perderam seus direitos políticos por 8 anos.

Na sua ação, o Ministério Público considerou que houve abuso de poder econômico. Ainda cabe recurso.

Entenda o caso
De acordo com a promotora, os candidatos promoveram, ilegalmente, gastos com a confecção, aquisição e distribuição de camisetas para eventos esportivos e culturais da cidade, bem como arcaram com a inscrição de equipes em uma das competições, que, inclusive, foi promovida pelo candidato a vereador Raimundo Silva.

Na ação, a promotora eleitoral Yashmin Toledo relata que, em 19 de agosto, foi realizado um torneio de futebol, na “Venda do Adão”, em Montividiu. Nesse dia, os jogadores do time “Morada Feliz” usaram camisetas com a inscrição “Apoio: Suely”, numa referência à candidata a prefeita.

Segundo apurado pelo MP, o técnico do time é Raimundo, que postula uma vaga na Câmara do município, da mesma coligação dos candidatos Suely e Esthepeson. Inquiridos, dois irmãos que se apresentaram como os “donos do time” assumiram também que trabalham para Suely.

Os demais jogadores da equipe, segundo depoimento, foram convidados para participar do evento por Raimundo, que entregou as camisetas confeccionadas com a logomarca da candidata e patrocinadora do time, já que ela pagou inclusive a taxa de inscrição para o torneio, num valor de cerca de R$ 200,00.

Há informações também que outros times estariam utilizando o uniforme com propaganda eleitoral ilícita, consistente no nome da candidata, o que demonstra a sua intenção de captação de votos em favor de Suely, ressalta a promotora.

A promotora eleitoral observa que a legislação proíbe gastos com a confecção, aquisição e distribuição de camisetas, o que evidencia a conduta ilícita dos representados. Yashmin Toledo registra que as camisetas não foram vendidas e sim doadas pelos representados e fornecidas por Raimundo, como subterfúgio para a captação de votos.

Em um dos torneios realizados na cidade, em que também foram usadas camisetas como nome da candidata, também houve uma narração pelo locutor do evento, em microfone, direcionada a toda a população, informando que os patrocinadores do torneio de futebol eram os candidatos. O narrador chegou a agradecer o patrocínio, informando que o candidato a vice estaria “pagando tudo”.

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