Marconi discute dívida da Celg D

Débito foi contraído entre 2006 e 2010, quando a empresa deixou de pagar por energia elétrica comprada de Itaipu Binacional


O governador Marconi Perillo (PSDB) se reuniu na última sexta, 28, com representantes do Fórum Empresarial e do Fórum de Engenharia, acompanhado pelos presidentes e diretores da Celg, para discutir os efeitos negativos da retirada da cláusula da Medida Provisória número 675 de 2015, que reduziria a dívida da Celg Distribuição com Itaipu Binacional em R$ 400 milhões.

Na reunião, realizada no Palácio Pedro Ludovico, a direção da Celg D explicou que com a exclusão da cláusula, o passivo da distribuidora com a geradora de energia saltará de R$ 900 milhões para R$ 1,3 bilhão, porque pelas regras atuais o saldo devedor seria cobrado em dólares, com taxa anual de juros de 12%.

O tucano afirmou que a emenda foi suprimida por razões políticas, que potencializaram a questão de forma completamente equivocada e irresponsável. “Fizeram isso por falta de informação ou por maldade política mesmo, jogando contra a empresa, contra Goiás e contra o governo federal”, ressaltou.

Ao tomarem conhecimento detalhado sobre os prejuízos que a companhia terá caso a discussão seja trancada e adiada novamente, as lideranças do setor produtivo afirmaram que apoiam o governo de Goiás no trabalho pela aprovação da cláusula que reduz a dívida da Celg.

Desdolarização
A desdolarização, além de permitir a redução da dívida com Itaipu em R$ 400 milhões, possibilitaria que os R$ 900 milhões fossem pagos em 10 anos, com carência de 48 meses. A dívida foi contraída na gestão do governo goiano entre 2006 e 2010, período no qual a Celg não pagou pela energia comprada de Itaipu Binacional.

Com a federalização da Celg Distribuição, no ano passado, a operação de reestruturação econômico-financeira da companhia energética propôs a repactuação de dívidas, entre elas o passivo com Itaipu.

Assim, a Eletrobrás, nova proprietária da Celg D, com o aval do Ministério de Minas e Energia e da Presidência da República, apresentou a proposta de inclusão da cláusula de desdolarização da dívida na Medida Provisória.

Concessão de distribuidoras pode ser prorrogada ainda na próxima semana
O governador disse que o trabalho de recuperação da Celg começou assim que ele assumiu o governo em 2011. A companhia esteve inadimplente entre 2006 e 2010.

A primeira delas, frisou, é prorrogar as concessões das distribuidoras em mais 30 anos. O assunto está em discussão no Tribunal de Contas da União.  “A presidente Dilma me garantiu que teremos um parecer na próxima semana. Estamos trabalhando essa questão com foco total porque sem a renovação a companhia perde muito valor”, explicou.

Pelo acordo que consta na emenda, ela seria convertida em moeda nacional, o que retiraria a variação cambial, retroagiria o valor devido ao câmbio de janeiro de 2015 – que impacta em R$ 400 milhões a menos de dívida; e daria ao governo carência de dois anos, e ainda mais oito anos para pagá-la.

“Será um benefício enorme para a Celg se conseguirmos reduzir a dívida em R$ 400 milhões. Quem politiza um assunto sério como esse está jogando contra o governo do Estado, contra o povo goiano e contra a Celg. Não vamos dar bola para isso. Vamos continuar nossa marcha”, enfatizou.

Dívida

De acordo com o presidente da CelgPar José Fernando Navarrete, a dívida da Celg com Itaipu ainda não foi liquidada por definição do governo federal. “Em 2011, a companhia tinha um montante de dívida de R$ 7 bilhões. Urgia pagar de imediato um valor aproximado de R$ 3,5 bilhões que foi uma operação de crédito que nós conseguimos com a União.”

O Hoje

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