Marconi dá calote nas OS

Governo já deve R$ 100 milhões para organizações sociais


A gestão do governador Marconi Perillo (PSDB) deixou de fazer repasses regulares para as organizações sociais (OSs) que administram os hospitais do Estado desde o ano passado. A reportagem mostra que os atrasos já somam R$ 103 milhões. O resultado de mais esse descaso é um atendimento ainda mais restrito e precário à população que depende da rede pública de saúde.

Os atrasos atingem todos os hospitais do Estado em Goiânia e no interior. Quem tem o maior valor a receber é a Associação Goiana de Integralização e Reabilitação Henrique Santillo (Agir), responsável pela gestão do Hospital de Urgências Governador Otávio Lage (Hugol), na região noroeste de Goiânia. No total, o governo deve à Agir mais de R$ 29 milhões. Sem os recursos, os atendimentos no maior hospital do Estado são pífios: não ultrapassam a 100 por dia.

Outra situação dramática ocorre no Hospital Materno Infantil (HMI), administrado pelo Instituto de Gestão e Humanização (IGH). Os repasses em atraso ao gestor do Materno Infantil somam mais de R$ 15,5 milhões. Há atrasos também nos hospitais de urgência de Goiânia (Hugo), Aparecida (Huapa), Trindade (Hutrin) e Santa Helena (Hurso), no Hospital Geral de Goiânia (HGG) e até mesmo no Centro de Reabilitação Henrique Santillo (Crer).

Com os repasses em atrasos, as organizações sociais que administram os hospitais deixam automaticamente de cumprir compromissos com fornecedores e empresas terceirizadas. Dessa forma, empresas de lavanderia, limpeza, segurança, entre outras, passaram a ter dificuldades em manter os serviços nos hospitais. O mesmo ocorre com fornecimento de medicamentos e equipamentos.

Os atrasos nos repasses aos hospitais revelam total descaso do governo Marconi Perillo com a saúde pública – ao contrário da propaganda que apresenta os hospitais como modelo de gestão e atendimento. Como o repasse à saúde é constitucional (12% dos recursos do Estado), o governo livra-se do crime de improbidade administrativa, deixando o desgaste para as organizações sociais. Os atrasos promovem efeito cascata: as OSs deixam de pagar fornecedores e atender pacientes.

Goiás Real

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