História e preparo de Ronaldo Caiado podem unir a oposição

O senador diz que o objetivo é permitir que a oposição vença o candidato governista


Sem cair em provocações e adotando um discurso apaziguador, o presidente regional do Democratas, Ronaldo Caiado, tem trabalhado intensamente nos últimos dias para manter a oposição unida e focada no projeto para 2018. Em reuniões fechadas e conversas com aliados, o senador não esconde que o objetivo é um só: permitir que a oposição vença o candidato do governo e, a partir daí, trace um novo rumo para Goiás.

Na semana passada, o democrata foi procurado pela imprensa para comentar a movimentação do PMDB no interior e afirmou que o momento é propício para que os partidos trabalhem as suas bases. “Neste momento, essa deve ser a rotina. Todos devem começar a campanha mais cedo para enfrentar a máquina do governo”, disse.

O discurso de união também é adotado pelos peemedebistas, como o ex-deputado estadual e agora prefeito de Formosa, Ernesto Roller (PMDB). “O PMDB tem mesmo de apresentar candidato ao governo estadual para 2018, mas não poderá disputar a eleição sozinho. É preciso estar aberto ao diálogo, como também o DEM. As lideranças estão certas ao proporem um caminho conjunto. Isso mostra humildade e desprendimento”, disse na semana passada.

A fala sucedeu o posicionamento do prefeito de Catalão, Adib Elias (PMDB), que propôs ao deputado federal Daniel Vilela (PMDB) e ao democrata que acertem rapidamente os ponteiros e evitem entrar em 2018 rachados, o que só favoreceria a continuidade do governo tucano. “Caiado e Daniel precisam se acertar, caminhar juntos e não cada um por si”, defendeu.

Na mesma sintonia, Ronaldo Caiado não tardou a responder Adib Elias. O presidente do Democratas afirmou estar disposto a realizar uma agenda conjunta com o PMDB no interior com vistas a 2018. “O Democratas é favorável a uma agenda conjunta com o PMDB e da minha parte não faltará disposição de aparar possíveis arestas”, respondeu.

As avaliações mostram que a oposição não está disposta a cometer os mesmos erros de pleitos passados, quando se dividiu e abriu espaço para que o Marconi Perillo (PSDB) e seu grupo político continuassem no poder. A maioria tem ficado atenta à movimentação do Palácio e evita ser alimentada por falas desagregadoras.

Relação com o PMDB
A parceria vitoriosa com o PMDB – que resultou em sua eleição para o Senado e de Iris Rezende (PMDB)  para a Prefeitura de Goiânia – é sempre ressaltada em discursos do senador pelo interior de Goiás. “O nosso foco é ganhar a eleição. E os pleitos de 2014, quando fui eleito com o apoio do PMDB, e de 2016, com a eleição de Iris Rezende, mostram que isso é possível”, disse recentemente em uma entrevista.

Um dos defensores da aliança entre PMDB e o DEM é o prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale (PMDB). No início deste mês, o peemedebista falou que espera bom senso da oposição para escolher o político que tiver maior aceitação nas pesquisas de intenção de voto. “O senador esteve na nossa coligação na eleição estadual de 2014 e esteve presente na campanha do ano passado. O vice-prefeito, Chico do KGL, é do DEM e a nossa relação muito boa. O Caiado é meu amigo, colega de profissão, e o respeito muito. Sou filiado ao PMDB e temos uma parceria. A meu ver, a oposição tem que caminhar junta. É o meu pensamento. Não podemos separar e tenho certeza que tanto o PMDB quanto o DEM saberão fazê-lo de uma forma harmônica e equilibrada e, lá em 2018, o político que tiver maior aceitação nas pesquisas de intenção de voto será o nosso candidato”, disse.

Diário da Manhã

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