Coordenador dos eventos estaria usando esporte para enaltecer aliados e detonar críticos

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O governador Marconi Perillo (PSDB) e seus aliados políticos estão se utilizando das etapas da Fórmula 200 (F-200) para atacarem os prefeitos e pré-candidatos da oposição em cidades do interior do Estado. Os eventos, que são bancados pelo governo estadual com dinheiro público, se transformaram em palanques para exaltar o governo.

São várias as denúncias recebidas de que o coordenador da F-200, Luiz Pérsico Guerino, o Luiz Foguete, realiza discursos pró governistas antes dos eventos, elogiando políticos ligados ao governo estadual e criticando os oposicionistas. Segundo relatos, as ações se intensificaram neste ano, fazendo com que as disputas ganhem clima eleitoral.

A última vítima foi o prefeito de Inhumas, Dioji Ikeda (PDT). No último domingo, 13, houve uma etapa da competição na cidade e Foguete criticou muito o atual prefeito, que, apesar de ser filiado a um partido da base aliada, é adversário político de fortes aliados do governador Marconi Perillo, como o deputado federal Roberto Balestra (PP). Os mesmos discursos pró governistas ocorreram, segundo denúncias, em etapas da F-200 em Aparecida de Goiânia e Santa Helena no ano passado.
 
Luiz Foguete é o presidente da Associação Sócio Cultural e Desportiva do Estado de Goiás, empresa que organiza o campeonato. Para realizar os eventos e, consequentemente, os ataques a opositores do governador, ele recebe muito bem, sendo que o valor mínimo para realizar a competição gira em torno de R$ 150 mil por etapa.

Todas as provas de F200 recebem dispensa de licitação por parte do governo, que apenas repassa os valores para a associação comandada por Luiz Foguete. Só no ano passado, por exemplo, ele faturou em três etapas o total de R$ 750 mil.

Destes, R$ 250 mil pela etapa de Santa Helena, proveniente da Goiás Turismo, por meio de emenda parlamentar de um deputado da base; R$ 300 mil em Aparecida de Goiânia, sendo R$ 150 mil do Detran e R$ 150 mil da Goiás Turismo;  e mais R$ 150 mil na etapa realizada na cidade de São João da Paraúna, em verba proveniente da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce).

Mais uma vez fica comprovado que o governo gasta valores absurdos para promover eventos e shows de cunho político-eleitoral em cidades do interior, ao mesmo tempo em que diz não ter dinheiro para pagar salários dignos a policiais que prestarão concurso do Estado nos próximos anos.

Goiás Real