Fim do irismo?

A ascensão do acionista da JBS Friboi a (possível) candidado do PMDB a governador pode marcar a decadência política de Iris Rezende


Publicado no Jornal Opção. Disponível no link: http://www.jornalopcao.com.br/posts/bastidores/junior-do-friboi-e-o-coveiro-do-irismo

O Irismo era tão forte em Goiás que os jornalistas escreviam a palavra com letra maiúscula. Fora do Irismo, o dilúvio – dizia-se. Chegava-se a sugerir que, se conseguisse registro eleitoral, até uma pedra – se contasse com o apoio do ex-governador Iris Rezende – seria eleita.

A permanência do Irismo depende de Iris disputar o governo do Estado em 2014. No entanto, se Júnior do Friboi for mesmo confirmado como candidato do PMDB a governador, estará configurada a decadência do Irismo. Há alguns meses, talvez dias, quem arriscaria dizer que uma conspiração tramada em Brasília – articulada a partir do Palácio do Planalto, com o apoio da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula da Silva – conseguiria impor Friboi no PMDB, praticamente bancando-o como candidato a governador, e tudo isto a revelia de Iris? Ninguém acreditava que isto pudesse acontecer, mas aconteceu, e nas barbas de Iris. E pior: muitos de seus aliados conspiraram e conspiram com Friboi.

De algum modo, o PMDB nacional contou com a anuência de peemedebistas estaduais para “fritar” Iris e, portanto, o Irismo. Hoje, o Irismo é composto por Iris Rezende, Iris Araújo, sua mulher e deputada federal, Waguinho Siqueira, Samuel Belchior e Bruno Peixoto, deputados estaduais. Os três são leais a Iris, mas articulam muito bem com Friboi.

O tempo do Irismo passou? Friboi, que não é irista e nem é peemedebista – ele poderia dizer como um ministro da Educação da ditadura: “Estou peemedebista” –, pode ser o seu coveiro. O curioso é que nem o marconismo conseguiu acabar com o Irismo...

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