Em crise, PMDB discute futuro

A terceira derrota de Iris Rezende para o governador Marconi Perillo coloca o PMDB em reflexão; partido teve suas bancadas na Câmara Federal e na Assembleia diminuídas drasticamente


Derrotado pela quinta vez consecutiva na disputa pelo governo do Estado, o PMDB termina 2014 enfraquecido, sem representatividade na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa. O maior líder da história do partido, Iris Rezende, perdeu de novo para Marconi Perillo (PSDB).

A palavra que volta a dominar os corredores do partido agora é a mesma que tantas vezes veio à tona, mas Iris impediu: renovação. Tirando Iris Rezende, enfraquecido por mais este revés, a maior liderança peemedebista é Maguito Vilela, prefeito de Aparecida de Goiânia.

Nos últimos anos, a relação de Maguito com Iris esfriou e em diversas oportunidades o prefeito foi visto à vontade ao lado de Marconi, cena nunca bem recebida pelo cacique peemedebista. "O nosso partido continua forte e importante, mas precisa passar por renovação, atrair novos quadros políticos que se destacaram nesta eleição, mesmo os que não foram eleitos, e abrir mais espaço para novas lideranças. Avalio que Iris Rezende foi guerreiro ao ser candidato aos 81 anos de idade e com o PMDB dividido. Agora ele será o nosso maior conselheiro", disse Maguito à coluna Giro, de O Popular, nesta terça-feira.

A renovação que Maguito defende está em família. Seu filho, Daniel Vilela, foi o deputado federal eleito mais bem votado do partido e desponta como o líder capaz de assumir o barco. Quem assumir este desafio terá que coordenador a reorganização do partido, que hoje está esfacelado.

O empresário Júnior Friboi, que parecia ser a grande estrela da legenda, declarou apoio a Marconi e hoje seu futuro é incerto na sigla. O deputado federal Sandro Mabel defende uma verdadeira limpeza dentro do PMDB. Prefeitos e filiados que apoiaram Marconi ou não caminharam ao lado de Iris neste pleito seriam expulsos.

O atual presidente do partido, Samuel Belchior, ainda não sinalizou qual estratégia será tomada. O radicalismo pode mergulhar de vez o partido numa crise profunda e afastar novas lideranças. Daqui a dois anos tem eleição para a prefeitura de Goiânia e será a chance de o PMDB tentar retomar sua grandeza.

Um novo candidato mostrará que o partido se renovou. Há quem prefira Iris Rezende. O cacique obteve boa votação na Capital e não se retirou totalmente da vida política. Disse que isso só vai ocorrer quando Deus o chamar.

Goiás 247

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