Eleições 2014: Vanderlan se aproxima de PMDB

Diálogo ganhou corpo após renúncia de Júnior Friboi. Questão é que o ex-prefeito de Senador Canedo não cede cabeça de chapa


Ainda que timidamente, o grupo político do pré-candidato Vanderlan Cardoso (PSB) tem se aproximado do PMDB. O diálogo ganhou corpo após o recuo do empresário Júnior Friboi (PMDB), que, ao sair do processo, deixou em aberto a possibilidade de uma nova discussão para a disputa eleitoral. Em entrevista a O HOJE, Vanderlan confirmou o movimento entre os partidos e ressaltou que ainda há tempo para se construir um “projeto conjunto” para o primeiro turno. Mas ressalte-se: com a convergência caminhando para ele na cabeça de chapa.

“Já que eles não têm mais pré-candidatos, talvez exista uma chance de construção de um projeto conjunto para o primeiro turno. Enquanto a discussão só girava em torno de um nome do PMDB para a cabeça de chapa, era difícil imaginar essa possibilidade. Hoje, as coisas são diferentes. Depois de dois recuos, pode-se falar em uma unidade em torno do PSB”, disse o pessebista referindo-se às retiradas das pré-candidaturas de Iris Rezende e Júnior Friboi.

Para Vanderlan, o curto prazo até o início da campanha e o imbróglio no PMDB são fatores que favorecem sua posição no processo. “Nós estamos prontos. Temos um nome e um plano de governo em construção. Nosso trabalho foi o primeiro a se firmar e nunca deu sinais de insegurança. Isso é muito importante neste momento”, afirmou.

A avaliação do pré-candidato sucede conversas com Iris e Friboi. O ex-secretário Jorcelino Braga (PRB), que coordena a pré-campanha de Vanderlan, é um dos articuladores desse diálogo. Braga esteve com Iris algumas vezes e é tido com um incentivador desta composição.

O discurso atual de Vanderlan diverge dos de meses anteriores. Por várias vezes, ele negou qualquer possibilidade de união antes do segundo turno. Por outro lado, em algumas ocasiões no início do processo, o pré-candidato tentou se aproximar dos peemedebistas. A tentativa foi frustrada pela inflexibilidade no discurso das duas partes, que nunca cogitaram abrir mão da disputa pelo cargo de governador.

Atualmente, apesar da divisão do partido, os peemedebistas também não trabalham com a hipótese de não terem candidato ao governo. Em todo caso, as conversas existem e estão em andamento.
 
Ligação de Caiado com Aécio dificulta aliança
Outro que tem mantido contato constante com Iris Rezende é o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM). O parlamentar foi um dos idealizadores do projeto de Vanderlan e se afastou do grupo após declarações de Marina Silva (PSB) consideradas agressivas politicamente.

Caiado faz campanha isolada para o Senado e já demonstrou interesse em uma composição com o ex-governador Iris Rezende. O presidente estadual do PMDB, Samuel Belchior, disse que a aliança “prioritária” é com o PT, mas ressaltou que vê com “bons olhos” a aproximação com Caiado. Segundo Samuel, o deputado seria um excelente nome para a chapa e poderia auxiliar na aproximação com Vanderlan.

Por outro lado, Vanderlan Cardoso não trabalha com a possibilidade de reaproximação com Caiado. Apesar da proximidade pessoal entre eles, o pessebista acredita que o deputado está mais próximo do presidenciável Aécio Neves (PSDB). “A ligação dele com Aécio dificulta nossa aliança. Além do mais, a saída do grupo foi muito traumática. Não conversei mais com o Eduardo Campos e com a Marina sobre ele, mas não vejo possibilidades”, explicou.
 
Alianças
Questionado sobre a dificuldade da terceira via com a formação das chapas de deputados, Vanderlan Cardoso se disse “confiante” nos nomes que já possuem. “Nossa aliança é entre o PSC, PSB e PRP. Estamos juntos desde o início e temos excelentes nomes para disputa de deputados. Eu não vejo dificuldades em relação a isso. Contamos com um elemento essencial para a disputa, que é a segurança. Nossos pré-candidatos estão convictos do nosso projeto e seguros em relação ao pleito”, ressaltou.

Por Lênia Soares – Publicado no Jornal O Hoje

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