Grande parte do PMDB, contudo, espera que reunião de hoje resulte em acordo entre os dois pré-candidatos

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Hoje é um dia de expectativas no PMDB. Para a grande maioria, expectativa de definição. Depois de encontros e reuniões na noite de ontem, os pré-candidatos do partido ao governo do Estado, Iris Rezende e Júnior Friboi, parecem ter chegado ao esperado entendimento. Apesar de certa, no entanto, a decisão continua sob o signo da dúvida e da especulação. O objetivo primordial, antes do anúncio, é acalmar os aliados, que cantam, cada um do seu lado, vitória certa em caso de confronto na votação.

Enquanto isso, em um crescente segmento do partido, permanece a esperança de que na reunião da tarde de hoje se comemore o consenso declarado. Até os mais radicais, defensores das prévias na legenda, já se dizem temerosos quanto aos resultados secundários desta disputa interna. “O ideal mesmo é um acordo entre os dois. Estamos caminhando para isso”, declarou o deputado estadual Bruno Peixoto (PMDB).

“Friboizista de carteirinha”, como o próprio se classifica, o deputado Francisco Gedda (PTN) também se disse convicto na consonância entre os postulantes. “A vontade da base oposicionista já está expressa. Basta caminharmos pelo interior, conversar com militantes para perceber que o Júnior é o favorito. Sendo assim, o embate interno se faz desnecessário”, opinou sobre o conflito dos aliados.

Durante a tarde de segunda-feira, porém, a especulação girava em torno da desistência do empresário. Alguns peemedebistas chegaram a cogitar sua ausência da chapa majoritária. Pedindo o sigilo, uma fonte revelou à reportagem do jornal O HOJE a preocupação do partido de que, no caso de não disputar o cargo majoritário, Júnior se afaste totalmente do processo, tensionando ainda mais os ânimos entre os militantes. “No dia posterior à decisão, ele pode ir para o Colorado (EUA) e voltar só depois de outubro”, disse.

Júnior Friboi negou qualquer indício de desistência e reafirmou sua vontade ir para a disputa. Apesar da autoconfiança, aliados do empresário garantem que ele também prefere evitar o embate com Iris.Questões familiares, como a proximidade do pai do empresário com o ex-governador, são ventiladas como possíveis fatores que podem interferir no processo.

Diante do cenário complexo, o pacto de silêncio entre ambos sobre as negociações traduz uma necessidade maior: pacificar os companheiros. Sobre a conversa entre os dois ontem, nem mesmo o agendamento foi intermediado. Iris combinou de ligar pessoalmente para o celular de Júnior assim que chegasse de São Paulo. No último encontro, o pré-candidato a deputado federal Marcelo Melo (PMDB) chegou a ir até o local, mas acabou na espera. Não pôde acompanhar o empresário.

Desta vez, a conversa seria mais objetiva. Até o momento, não se sabe quais foram os resultados, nem quando será anunciado. A discrição dos postulantes reflete o cuidado para não perder aliados, independente da composição da chapa. “Qualquer coisa não passará de especulação”, explicou o presidente estadual do partido, Samuel Belchior.

Por Lênia Soares – Publicado no Jornal O Hoje