Eleições 2014: Tática do silêncio no PMDB

Com desistência de Júnior Friboi, expectativa é de que Iris assuma as articulações para tentar união


Em compasso de espera, aliados do ex-governador Iris Rezende (PMDB) e do empresário Júnior Friboi (PMDB) evitaram comentários sobre o novo cenário eleitoral. Com a desistência de Júnior do pleito, a expectativa é de que Iris tome as rédeas do processo e articule pela união do partido. Para Friboi, segundo avaliação de defensores de sua postulação, o desafio é “administrar a derrota”. Depois da vitória momentânea, o medo é de que o “recuo”, aparentemente temporário, o deixe definitivamente fora do processo.

Em todo caso, a chama de esperanças de que ele estará na chapa majoritária ainda não se apagou. Prova disso é que o escritório político do empresário continuará aberto com todos os funcionários em ação. A meta da equipe é fazer valer o “volta, Friboi”, pois o grupo teme a consolidação do enfraquecimento eleitoral no caso de a campanha copiada não ter a mesma repercussão popular do “volta, Iris”.

Outra consequência possível deste manifesto seria a intensificação da divisão partidária. Peemedebistas ligados a ele não descartaram a disputa como vice-governador e alguns avaliaram que esta poderia ser a solução para a questão financeira, que acabou tornando o então pré-candidato refém dos próprios aliados.

Para o deputado estadual Lívio Luciano, a união de ambos na chapa vai além. “A unidade do PMDB é fundamental”, afirmou. Mais que pela estrutura de campanha que ele inspira, Júnior na vice representaria o fim das discussões de bastidores. Missão que é repassada para Iris Rezende. Além de se apresentar como candidato, o ex-governador terá de angariar apoios no terreno vizinho.

Articulações, mas com cautela
Logo após a reviravolta do cenário político, o ex-governador já entrou em ação. No mesmo dia da desistência de Friboi, Iris iniciou o processo de articulação e entrou em contato com lideranças. Aos companheiros, pediu “paciência” diante dos atropelos dos “friboisistas”. A resposta para os ataques deverá ser o silêncio.

Iris não deu entrevistas nem anunciou os próximos passos. Pessoas próximas a ele, porém, se disseram “impressionadas” com as ações do possível candidato. As atitudes do ex-governador já destoaram da praticada pelo empresário. Depois de se consolidar pré-candidato, Friboi se afastou do processo e tornou a agenda inativa. Situação que só piorou com a sua cirurgia de hérnia umbilical. Apesar da aparição no encontro do Solidariedade, o empresário foi cobrado pela lentidão diante da sucessão.

Desfiliações
A ameaça de uma série de desfiliações no PMDB já era esperada. Ontem mesmo o prefeito de Guapó, Luiz Juvêncio, anunciou sua saída do partido. A notícia não foi recebida com surpresa no QG irista. Durante um encontro do partido em Porongatu, o prefeito agrediu verbalmente o ex-governador e anunciou que deixaria a sigla, no caso de Júnior não ser candidato.

O presidente estadual do partido, deputado Samuel Belchior, não atendeu as ligações nem retornou para comentar o assunto. E pelos próximos dias, outras lideranças municipais podem anunciar a saída.

Por Lênia Soares – Publicado no Jornal O Hoje

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