Eleições 2014: PT vai de chapa pura

Ao lançar seus candidatos, partido afirmou estar capacitado para “renovar” a política estadual em outubro


O PT realizou sua convenção partidária com muita festa da militância, pouca presença de lideranças nacionais e um pequeno tumulto provocado por cerca de 30 manifestantes da Educação, que deixaram a Câmara de Goiânia e foram até a Assembleia Legislativa – local do evento – gritar “fora, PT”. Uma manifestação anunciada nas redes sociais um dia antes, e que se cumpriu.

Antônio Gomide (PT) para o governo, Tayrone di Martino (PT) vice e Marina Sant’Anna (PT) para o Senado. Esta é a chapa majoritária que o partido levará para a disputa deste ano. De saída, o discurso foi de “autossuficiência” e capacidade para “renovar” a política do Estado. “Estamos entusiasmados porque sentimos que podemos atender aos anseios da população. Percorremos mais de 150 municípios e acreditamos em nossa vitória”, resumiu o pré-candidato a governador.

O mote dos petistas é a “mudança”. O foco, os ataques ao governador Marconi Perillo (PSDB). “Precisamos acabar com o descaso no governo. Queremos uma oportunidade para provar aos goianos nossa capacidade de realizar uma gestão voltada para o povo, para o trabalhador. Um governo de verdade”, disse.

Marina, que foi anunciada para a vaga na quarta-feira, elencou como meta principal o impulso à campanha da presidente Dilma Rousseff (PT). “Nossa prioridade é puxar a campanha da Dilma para Goiás. Sabemos que há uma grande disposição do eleitorado para o nome dela, mas ainda assim precisamos fazer um bom trabalho”, destacou.

A petista avaliou a postulação de Antônio Gomide a partir dos índices eleitorais. “Sobre o projeto do Gomide, sempre começamos com índices característicos de início de campanha. Os números não nos surpreendem e acreditamos na capacidade de crescimento.”

Em relação aos seus adversários na disputa pelo Senado, Marina disse que seu papel é muito bem definido. “Existem candidaturas do campo conservador e me posiciono como antagonista aos projetos de ‘olhar pra trás’.”

Tayrone, por sua vez, se disse lisonjeado com o convite para compor a chapa e reafirmou seu otimismo com o pleito. “Sei que fazemos parte de um projeto muito competitivo e com chances reais de ser vitorioso. Representamos a vontade da população. Nossa coligação é o povo”, ressaltou.
 
Desgastes
Gomide preferiu não comentar os desgastes do partido consequentes da rejeição do prefeito da capital, Paulo Garcia (PT), e da presidente da República, como mostraram recentes pesquisas publicadas. “Nossa candidatura é ao governo do Estado e eu deixei uma administração em Anápolis com mais de 90% de aprovação. Este é o nosso foco”, explicou.

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), que participou da convenção, também minimizou as dificuldades com a rejeição e avaliou Dilma como um bom cabo eleitoral em qualquer região do País. “Estamos em um momento de crise política. Isso envolve praticamente todo mundo. Agora, mesmo com todos os problemas, a administração da presidente tem feito muito pelos brasileiros”, afirmou.

Agnelo destacou ainda a parceria que pretende realizar com Antônio Gomide, tendo como foco o Entorno do DF, e garantiu um cruzamento nos programas de governo visando o desenvolvimento dos municípios da região.
 
Tumulto
Distante da candura característica dos professores, os manifestantes da noite de ontem pareciam tudo, menos assíduos frequentadores de salas de aula. O que se viu foram atos explícitos de violência física contra os militantes petistas.

Os manifestantes cobraram respostas para as reivindicações dos servidores municipais da Educação e dividiram a responsabilidade do prefeito Paulo Garcia com os demais representantes do partido. Mas, para isso, escolheram a violência, em vez das palavras de ordem.
 
“Se tivéssemos outros partidos seria melhor”
O ex-prefeito de Goiânia Darci Accorsi (PT), que participou da convenção petista, avaliou a falta de alianças de seu partido na sucessão do Estado como prejudicial. “Se tivéssemos outros partidos seria melhor. Mas temos bons nomes, uma boa chapa majoritária e excelentes candidatos a deputados. Acredito em nossa vitória”, disse.

Sobre o afastamento do PMDB, Darci preferiu não comentar e foi sutil ao criticar a aliança do ex-aliado com o DEM. “Se a parceria for puramente competitiva, preferimos a chapa pura. Mantivemos nossa convicção, nossos ideais. Isso sempre foi nossa prioridade”, concluiu.

O ex-prefeito analisa o momento eleitoral como diferenciado e diz que não há parâmetros com os pleitos anteriores, em que a oposição saiu derrotada.
 
Por Lênia Soares – Publicado no Jornal O Hoje

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