Eleições 2014: PT decide apoiar Iris no 2º turno

Ao anunciar decisão, partido exige apoio do PMDB à reeleição de Dilma e diz que esse era o caminho natural


“Agora no segundo turno são duas escolhas: ou é o atual governo de Goiás ou a candidatura que apoia a presidente Dilma (Rousseff).” Essa foi a explicação dada pelo ex-governadoriável Antônio Gomide (PT) para justificar a decisão na noite de ontem de o diretório estadual petista caminhar junto com o candidato ao governo Iris Rezende (PMDB) contra o governador Marconi Perillo (PSDB). “O ideal é se nós estivéssemos no segundo turno. Nós não estamos”, reforçou Gomide.

Para o PT goiano, a candidatura de Iris pode dar sustentação e condição de vitória da Dilma para presidente no Estado. Gomide informou que houve um contato com a direção nacional petista para definir o apoio ao peemedebista em Goiás. “Decidimos por unanimidade, após algumas intervenções, o apoiamento ao candidato Iris Rezende no segundo turno”, afirmou o presidente estadual petista Ceser Donisete.

Para que esse apoio se dê por completo, o PT defende que é preciso discutir o plano de governo do peemedebista ao governo. “É fundamental nós podermos colocar propostas que tenham uma clareza em relação à saúde, segurança, funcionalismo público. Deixar pontos programáticos muito claros de porque PT e PMDB estão juntos no segundo turno”, pontuou Gomide. O presidente estadual petista disse que é importante tratar também a volta da titularidade dos professores estaduais no projeto de governo de Iris.
 
Caiado
O entendimento dos petistas sobre entrar em uma aliança que tem o senador eleito Ronaldo Caiado (DEM), crítico ferrenho da presidente Dilma e que defende a candidatura de Aécio Neves (PSDB) na eleição presidencial, é de que não causa estranhamento ao eleitor do PT. “Entendo que o interesse dele (Caiado) é eleger o Iris. Se o Iris quer o apoio do PT em nível nacional, o vice (Michel) Temer é do PMDB, existe aí uma confluência de interesses para que esse projeto seja vitorioso e esteja junto no segundo turno”, disse Gomide.

Para o presidente estadual do PT, é uma questão natural ter numa coligação de segundo turno pessoas que apoiam Iris e Aécio ou Marconi e Dilma. “Nós estaremos do lado daqueles que querem eleger Iris governador e estaremos do lado daqueles que querem eleger Dilma presidente”, definiu Donisete. De acordo com ele, o trabalho será de buscar reforço à reeleição da presidente petista junto a pessoas que apoiaram Vanderlan Cardoso (PSB) e “outros candidatos aqui em Goiás”.

Ceser Donisete informou que já está marcada para a manhã de sábado (11) uma plenária com os militantes do PT para mobilização da campanha no segundo turno.
 
Eleitorado
“O resultado eleitoral em Goiás foi muito diferente do que eram as análises. O Antônio Gomide, em nenhuma pesquisa, em nenhuma análise, ele tinha 10% de intenção de voto. E ele acabou tendo 10%, né?” Ao reforçar a importância de Gomide na campanha de Iris, Donisete disse que é preciso vencer não só em Anápolis, mas lembrar que Marconi ganhou em 95 dos municípios goianos.

Também participaram da reunião no diretório estadual do PT, no Setor Sul, a ex-candidata petista ao Senado Marina Sant’Anna, os deputados estaduais Luis Cesar Bueno e Mauro Rubem, a deputada estadual eleita Adriana Accorsi, integrantes da direção do partido em Goiás e Valdi Camárcio, que é coordenador da campanha de Dilma no Estado.

Vanderlan e peemedebista se reúnem em Goiânia
O ex-prefeito Vanderlan Cardoso (PSB), candidato ao governo do Estado, que terminou o primeiro turno das eleições em terceiro lugar, com 14,98% dos votos, reuniu-se com o governadoriável Iris Rezende (PMDB) no apartamento do peemedebista na noite de ontem. Até o fechamento desta edição, o encontro não havia terminado. O pessebista, que tendia a se manter neutro no segundo turno, ouviu propostas de Iris.

Pela manhã, em entrevista à Rádio 730 AM, Vanderlan disse que optaria por manter a neutralidade no segundo turno. No entanto, ressaltou que, apesar da preferência pessoal, respeitaria o posicionamento dos partidos que integraram sua coligação na disputa do dia 5 de outubro. O pessebista passou o dia de ontem em conversas com coordenadores de sua campanha e representantes partidários. O anúncio oficial do apoio, provavelmente a Iris Rezende (PMDB) ou da neutralidade, seria feito hoje ou amanhã.

Apesar da declaração dada pelo ex-candidato, aliados de Vanderlan evitaram adiantar qual deve ser o rumo do pessebista. “A decisão que vai prevalecer não é a dele”, avisou uma fonte próxima ao ex-prefeito de Senador Canedo. Até o início da noite de ontem, o ex-candidato do PSB não havia conversado com nenhum representante, seja da coligação de Iris Rezende ou da de Marconi Perillo (PSDB). “Ele foi procurado, mas não avançou nessa conversa com ninguém, nem vai falar até resolver com o pessoal dele”, emendou o aliado.

Vanderlan teria, inclusive, recusado o convite para participar de evento do PMDB, marcado para hoje, às 10 horas, no Tatersal de Elite da Pecuária de Goiânia. Mas tudo depende da decisão tomada após a reunião de ontem no apartamento de Iris, que não havia terminado até o fechamento desta edição.

Por Augusto Diniz e Flávia Guerra – Publicado no Jornal O Hoje

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