Eleições 2014: PMDB quer a cabeça de Gomide

Partido exige liderar a chapa majoritária em eventual composição com o PT no Estado; caso contrário, os 35 delegados ameaçam votar em bloco contra a manutenção da aliança com a presidente Dilma Rousseff


Uma reunião realizada nesta segunda-feira (2) no Diretório Estadual do PMDB em Goiás lançou um ultimato ao pré-candidato do PT ao governo do Estado, Antônio Gomide. O partido ameaça votar em bloco contra o apoio da sigla à manutenção da aliança com a presidente Dilma Rousseff caso o PT goiano insista na candidatura própria em nível regional. Para apoiar Dilma, o PMDB exige a cabeça de chapa e articula voto em bloco dos 35 delegados à Convenção Nacional que acontece em Brasília no dia 10 de junho.

O encontro do PMDB goiano reuniu os membros do diretório e os delegados com direito a voto na convenção. Deliberou-se por dar prazo até o próximo domingo (8) para que o PT retire a candidatura de Gomide e embarque numa aliança que contemple o PMDB com a cabeça de chapa. No dia 9, o grupo pretende se reunir novamente para definir a posição no encontro nacional.

Gomide ainda não se manifestou sobre o ultimato peemedebista e manteve a agenda de entrevistas e visitas ao interior do Estado. O PT, porém, garante que não vai recuar.

Paradoxalmente, o mesmo PMDB sequer tem pré-candidato a governador para encabeçar a chapa. Os dois postulantes, o ex-governador Iris Rezende e o empresário Júnior do Friboi, retiraram suas pré-candidaturas com pesados ataques mútuos. Ambos alegam que não vão para disputa com a sigla dividida, situação que momento se mostra insolúvel. Iris acusa Friboi de abusar do poder econômico, sugerindo a compra de lideranças partidárias. Friboi rebate que Iris mentiu ao garantir-lhe que não seria candidato ao governo, para depois articular-se pesadamente nos bastidores rumo à disputar o cargo mais importante do Estado.

Ainda nesta segunda-feira, Friboi dispensou a equipe responsável pela pré-campanha, indicando que sua renúncia seria irreversível. A confirmação da desistência do empresário levou a formar uma comissão que vai questionar Iris sobre seu real interesse em participar da disputa.

Iris ainda não se manifestou sobre a desistência do correligionário e deve confirmar, ou não, se estará de volta ao páreo. A única certeza é que a fratura causada no partido pela briga fratricida dos dois líderes enfraquece significativamente as chances de ambos na disputa estadual, provavelmente contra o atual governador Marconi Perillo (PSDB), que lidera as pesquisas.

Goiás 247

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