Eleições 2014: Marconi busca PMDB

Governador continua em visitas ao interior, e também tem buscado contato com peemedebistas descontentes com saída de Iris Rezende


Passada a batalha final entre o ex-governador Iris Rezende (PMDB) e o empresário Júnior Friboi (PMDB), a oposição saiu de cena com a justificativa de “deixar a poeira abaixar”. Enquanto isso, o governador Marconi Perillo (PSDB) acelerou a agenda. Foi para o interior e intensificou as articulações na Capital. Nos bastidores, aliados afirmam que ele tem buscado o contato com peemedebistas. Objetivo é atrair descontentes com a saída de Iris da disputa.

Em meio à definição de Júnior como pré-candidato único do PMDB, o prefeito de Niquelândia, Luiz Teixeira (PMDB), e seus aliados da legenda no município foram recebidos no Palácio das Esmeraldas. Após longa conversa com o governador, Luiz sorriu para foto e anunciou sua saída do partido. Nas eleições de 2014, deixou claro, seu apoio será de Marconi.

Ao menos outros três prefeitos teriam procurado representantes da base. A recomendação é para que sejam todos bem recebidos. Ainda que não tenha pretensão de compor com parte do PMDB, Marconi se beneficia com a divisão. Foi assim em eleições passadas, espera que seja assim este ano.
 
Ajuda do PT
Em outra ponta oposicionista, o governador marca pontos com a ajuda do PT. No Dia do Trabalhador ele foi para Anápolis e se mostrou disposto a fechar parcerias com a cidade. A recíproca pareceu verdadeira por parte do prefeito João Gomes (PT). E os anapolinos aplaudiram em demonstração clara de caminho para reversão da rejeição do tucano em um dos seus maiores colégios eleitorais do Estado – e base de um de seus maiores adversários, o ex-prefeito Antonio Gomide. Aliás, não só Gomide é de lá: Friboi tem origem e vota na cidade.

Na Capital, o benefício é ainda maior. Paulo Garcia (PT) e sua crise político-administrativa fazem do próprio prefeito um cabo eleitoral em potencial para Marconi. Na cidade onde a sua desaprovação sempre foi acentuada, o governador assume as dificuldades do petista e se apresenta como “solução” para o problema do lixo. Uma espécie de “prefeitão dos goianiense”, como tem propagado sua assessoria e agora é reforçado com a providencial ajuda de Paulo Garcia.

Marconi Perillo firmou parceria financeira com a prefeitura em que o Estado vai arcar com a maior parte dos custos para regularizar a coleta de lixo, que levou Goiânia – até pouco tempo eleita como a cidade com melhor qualidade de vida – às manchetes negativas nacionais.

Entre a “cruz e a espada”, Paulo é escanteado com a impossibilidade de recusa. Aceita a “parceria” e assume um outro desgaste, este político, com seus aliados. Nos resultados, o prefeito divide os méritos com Marconi, que o ultrapassa com as inaugurações do Hugo 2, dos viadutos da GO-060 e 080, duplicação da GO-020, além do primeiro Credec de Aparecida de Goiânia, que compõem a região metropolitana.

Depois de inúmeros desgastes e escândalos em seu governo, Marconi avança em poucas semanas e coloca a oposição a um passo de um xeque-mate. Ou reage, ou sucumbe.

Por Lênia Soares – Publicado no Jornal O Hoje

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