Governador exige ainda mais investimentos federais na segurança pública para diminuir criminalidade no Estado

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O governador Marconi Perillo (PSDB) reforçou o pedido de participação do governo federal nos investimentos da segurança pública, bem como a modificação das leis penais, como proposta de solução definitiva para o problema do aumento da criminalidade no País. “O apelo que tenho feito e reiterado é mais dinheiro do governo federal e mudança na legislação penal para que os criminosos permaneçam nas cadeias”, disse na manhã de ontem durante a solenidade de início do Estágio Operacional de 1,1 mil policiais militares na Praça Cívica, no Centro da Capital.

Para ele, a legislação penal no País é frouxa, ao dizer que 70% dos crimes cometidos em Goiás no primeiro quadrimestre do ano tiveram como autores reincidentes e que já foram presos, em alguns casos, por mais de dez vezes, mas a Justiça os devolveu para as ruas em atendimento à legislação.

O governador reclama que a União não tem participação nos gastos com segurança, ficando a cargo apenas dos Estados. Ele defendeu a federalização dos presídios. “O governo federal gasta muito pouco ou quase nada com segurança pública”, reclamou. O tucano defendeu ainda que metade do efetivo das forças armadas seja deslocado para as fronteiras do Brasil com a Bolívia, Colômbia, Venezuela e o Paraguai, para impedir a entrada de drogas no País e o contrabando de armas.

Marconi evitou comentar os ataques que tem recebido do ex-prefeito de Anápolis, Antônio Gomide (PT). “Este é um assunto para quem não está trabalhando. Eu estou cuidando da administração”, salientou. Em entrevista à rádio 730, no último mês, Gomide criticou duramente a administração de Marconi e disse que a população não quer um administrador de discurso e de promessas.

O tucano destacou que o presidente da Agência Goiana de Comunicação (Agecom), Jayme Rincón, respondeu as críticas e convidou o ex-prefeito para um debate público. “Eu não sou candidato. Sou governador e estou cuidando de fazer o melhor no nosso Estado”, respondeu.

O chefe do Executivo estadual criticou o governo anterior, de Alcides Rodrigues (PSB), durante seu discurso, ao lembrar que ele não pagou as cinco datas-base dos cinco anos que geriu o Estado. Marconi disse que pagou quatro datas-base e sancionou a lei que garantirá o reajuste salarial aos servidores da segurança pública para os próximos quatro anos. “Há governador que chegou a dizer que ajudar funcionário público é salgar carne podre”, recorda, se referindo a um jargão do ex-governador Iris Rezende (PMDB), à época de seu mandato, entre 1991 e 1994. Marconi ressaltou que em sua gestão investiu nos servidores de todas as categorias e ressaltou ainda que foram autorizadas cerca de dez mil promoções na Polícia Militar neste mandato.

Nos quatro primeiros meses do ano foram contratados 3,3 mil policiais, sendo 1,3 mil provenientes do Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual (SIMVE); 1,1 mil concursados convocados e 900 delegados, agentes e escrivães da Polícia Civil. Marconi destaca que neste governo foram contratados mais de 5 mil homens e mulheres para as forças da segurança pública e que mais 500 pessoas serão chamadas para a Polícia Militar, através do SIMVE, na próxima semana.
 
Estágio operacional
Marconi informou que os estagiários da PM serão colocados imediatamente nas ruas. De acordo com o tucano, isso resultará em mais policiamento em todo o Estado, especialmente na região metropolitana de Goiânia e no entorno do Distrito Federal. A meta do governo é reduzir drasticamente os índices de homicídio e de criminalidade.

Para ele, a população já está sentindo melhorias na segurança pública, em virtude da redução nos números da criminalidade, mas admite que não chegou ao ritmo desejado.

Na ocasião, o governador entregou 3 mil coletes a prova de balas, 13 mil cintos para armas e mil capacetes anti-manifestação. Segundo ele, todo o investimento que se faz na área de pessoal implica também em investimentos na área operacional, inclusive em viaturas. “Estamos preparados para termos mais homens e mulheres nas polícias”, garantiu.

O secretário de Estado da Segurança Pública, Joaquim Mesquita, disse que os novos policiais serão supervisionados por praças e policiais mais experientes. Por enquanto, eles atuarão em Goiânia, mas após o estágio, serão lotados nos demais municípios de Goiás, a partir do próximo ano.

Por Charles Daniel – Publicado no Jornal O Hoje