Militantes iristas bateram boca ontem com ala adversária e confirmaram no diretório do partido que escolha de pré-candidato não é válida

---

Os grupos que defendem, separadamente, as candidaturas de Iris Rezende e de José Batista Júnior, o Júnior do Friboi, bateram boca na reunião de ontem, 24, na sede do diretório estadual do PMDB, e deixaram o local sem acordo sobre qual dos dois será o candidato a governador.

À saída do encontro, o presidente da legenda, deputado Samuel Belchior, admitiu que, sem consenso, tudo indica que os dois nomes serão levados à apreciação da convenção partidária, em junho, mas ressalvando que Iris ainda não admite se candidatar à disputa pelo Palácio das Esmeraldas. “Vamos tentar o afunilamento”, disse.

Segundo ele, a dificuldade de se chegar a um acordo está na forma diferenciada que cada grupo faz dos dois postulantes, por exemplo, em relação às recentes pesquisas de intenção de voto divulgadas pela imprensa. Belchior observa que cada um deles faz a leitura desses levantamentos de acordo com a conveniência deles, em itens desempenho e rejeição. “Está difícil criar um critério que resolva tudo. Esse é o maior problema, hoje. Pesquisa deveria ter influência máxima (na escolha do nome), mas nesse momento estamos tendo dificuldade em chegar a esse entendimento”, disse.

Enquanto Friboi avalia que tem chances de vitória no pleito, e que, por ter essa convicção, continua se movimentando para consolidar seu nome, o dirigente peemedebista sustenta que o ex-prefeito só se apresentaria como candidato numa convergência partidária e também de aliança política.

Diante do impasse, alguns partidários de Iris chegaram a defender a realização de uma prévia para definição do candidato, mas essa proposta foi rechaçada diante do curto espaço de tempo até as convenções, conforme Samuel Belchior. Ele revelou que esse grupo tem pressionado o diretório para busca uma definição ainda esta semana, diante da posição do PT, que definiu 29 como o dia D para decidir se o prefeito de Anápolis, Antônio Gomide, será ou não oficializado como pré-candidato da legenda.

O racha no PMDB pode parar na Justiça. Por enquanto, o assunto é tratado sob sigilo, para não melindrar ainda mais as relações entre as duas facções. É que o grupo pró-irista considera que a executiva estadual continua ignorando o abaixo-assinado, subscrito por 147 diretórios municipais, de também considerar a pré-candidatura do ex-prefeito.

Porta-voz do grupo, o vereador e presidente do diretório metropolitano, Mizair Lemes, reafirma que o ato do partido que hipotecou apoio a Friboi, em dezembro do ano passado, não encontra respaldo legal no estatuto do partido, que reza que a definição tem que dar ou por convenção ou por prévia.

Mais que isso, é consenso entre os iristas que o empresário não conseguiu se consolidar como pré-candidato, mesmo tendo o respaldo de uma ala do PMDB, capitaneada pelo diretório estadual. Não é o que pensa o deputado federal Pedro Chaves,que consegue ver como positivo o crescimento do empresário nas pesquisas.

Para o ex-deputado José Nelto, que participou da reunião de ontem, o partido precisa ser pacificado e defende que Iris se coloque como pré-candidato ainda semana. “Ele tem que dar um sinal aos peemedebistas, aí começaremos a ver uma luz no fim do túnel”, disse.

O Hoje