Eleições 2014: Iris avalia OSs

Caso seja eleito, peemedebista diz que vai avaliar a satisfação da população com o atendimento nos hospitais geridos por Organização Social


O candidato a governador da coligação do Amor por Goiás, Iris Rezende (PMDB) não descartou a possibilidade de continuação da gestão dos hospitais por Organizações Sociais (OS), mas disse que fará uma avaliação criteriosa quanto à satisfação da população e do custo do atendimento.

Ele lembra que, quando administrou Goiânia, entre 2004 e 2010, cancelou o contrato com a empresa que cuidava da limpeza urbana e passou a responsabilidade do serviço para a Prefeitura, por um valor muito inferior ao cobrado pela empresa, o que representou uma economia de um terço do custo. O peemedebista reconhece que a empresa privada tem competência para fazer o serviço, mas visa o lucro.

Para o governadoriável, Goiás está atrás dos Estados vizinhos, na área da saúde, pois a população do interior ainda depende das ambulâncias. Um dos fatores para que isso ocorra é que o governo não construiu hospitais regionais, o que fez gerar o acúmulo de pessoas em busca de atendimento na região metropolitana.

Ele promete contratar mais médicos, construir mais hospitais e remunerar melhor os profissionais da saúde. “É uma área que vou dedicar toda a minha atenção e competência, porque a saúde deve estar em primeiro lugar nas ações de um governante”, assegura.
 
Celg
Iris informou que pretende reaver a Companhia Energética de Goiás (Celg) para o Estado, durante entrevista à CBN, na manhã de ontem. Atualmente, a Eletrobrás detém 51% das ações. Sua estratégia será colocar o respeito adquirido ao longo de sua vida pública junto à política nacional para reaver a Celg. O peemedebista justifica que a empresa é o maior instrumento de desenvolvimento para Goiás.

O postulante critica a falta de energia para novos projetos e para as residências. “Quem deseja instalar empresa em Goiás tem de comprar o aparato de geração de energia”, critica. Segundo o candidato, as redes de transmissão da Celg são as mesmas construídas durante seu mandato, há mais de 20 anos.

O governadoriável afirma que o Estado está falido e estaria em funcionamento graças aos R$ 8 bilhões concedidos pela presidente Dilma Rousseff (PT) através de empréstimos. “Não fosse esse socorro, os funcionários não estariam recebendo”, alfineta. Ele critica ainda a tentativa do governo de obter um empréstimo de R$ 80 milhões do Tribunal de Justiça de Goiás para ajudar a pagar a folha do funcionalismo.

O dinheiro chegou a ser solicitado, mas a administração desistiu do empréstimo e negou que seria utilizado para o pagamento da folha. “Se na área da saúde é grave, na área financeira é ainda mais. É complexa e preocupante”, analisa. Ele garante que isso não o amedronta, porque assumiu o Estado duas vezes nestas condições, uma delas, em 1991, quando os funcionários estavam com cinco meses de salário atrasado.

O postulante afirmou que atuará em quatro eixos de desenvolvimento, nas áreas econômica, social, institucional e de infraestrutura. Na área de segurança pública, ele reclama que o governo atual perdeu a competência para expulsar os criminosos de Goiás e prometeu ações efetivas para reduzir o índice de criminalidade.

No segmento da educação, ele propôs o investimento na melhoria do ensino nos colégios e nas faculdades, e lembra que construiu a Universidade Estadual de Goiás (UEG), à época, com outro nome. “O governo que está aí mudou o nome para UEG, mas está a desejar. A estrutura corre risco de desabamento”, critica. O postulante reclama ainda que o Estado não estaria investindo a verba obrigatória de 12% da arrecadação no setor.

Peemedebista acusa líder de inverdades
Em resposta às críticas do ex-governador e também para explicar seu apoio a Marconi Perillo, o conselheiro aposentado do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Frederico Jayme (PMDB), acusou o candidato a governador do seu partido, Iris Rezende, de enfraquecer a sigla ao longo dos anos, pois ele teria afastado nomes como o do ex-prefeito de Goiânia Nion Albernaz (PSDB); dos ex-governadores Henrique Santillo e Irapuan Costa Júnior; da senadora Lúcia Vânia (PSDB); do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles; do candidato a governador Vanderlan Cardoso (PSB) e, mais recentemente, do empresário Júnior Friboi (PMDB).

Apesar de integrar o PMDB, Frederico é um dos coordenadores da campanha a reeleição de Marconi Perillo (PSDB). Iris considerou os dissidentes pessoas que se sentiram atraídas por propostas mirabolantes e que não fazem parte da mesma têmpera da sigla que vem aguentando 16 anos fora do poder.

Frederico justifica o apoio a Marconi: “Desejo que seu governo tenha continuidade, por considerá-lo um grande governador”. Durante a pré-campanha, o ex-deputado estadual apoiou a pré-candidatura de Júnior Friboi. Iris também declarou na entrevista que o empresário teria o visitado em seu escritório para entregar a carta da desistência de sua pré-candidatura. “É uma mentira deslavada”, responde Frederico.

A desavença entre Frederico e Iris é antiga. Em 2010, o conselheiro aposentado também apoiou o tucano, porque, segundo ele, Iris era o candidato. Ao longo do seu último mandato, Marconi o teria convidado para ocupar a Secretaria de Segurança Pública; de Indústria e Comércio e de Articulação Política. “Não aceitei, porque não busco cargos”, frisou.

Por Charles Daniel – Publicado no Jornal O Hoje

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