Eleições 2014: Friboi declara apoio a Marconi Perillo

Anúncio de apoio ao candidato tucano no segundo turno foi feito através de carta endereçada aos colegas de partido, lida pelo peemedebista Frederico Jayme


O empresário Júnior Friboi (PMDB) declarou ontem, por meio de carta, apoio à candidatura de Marconi Perillo (PSDB) no segundo turno das eleições. A declaração por escrito foi lida pelo advogado e ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado, Frederico Jayme (PMDB), em seu apartamento, no Setor Oeste. Segundo Jayme, Friboi votou em Marconi no primeiro turno e vai repetir o voto em 26 de outubro. Na ocasião, o advogado criticou aquilo que chamou de “votação pífia” de Iris Rezende e disse que o fato da mulher do ex-governador, Iris Araújo, não ter sido reeleita deputada federal é fruto da dissidência provocada pelo posicionamento autoritário do candidato do PMDB. “Isso é prova de que o partido não os quer”, soltou.

No texto entregue pelo advogado, Friboi argumenta que o PMDB enfrenta em Goiás a pior fase de sua história e chama Marconi de “o melhor candidato para Goiás”. O empresário diz ainda que não pretende abandonar o partido, “em hipótese alguma, mesmo com forte divisão interna”. Frederico alegou não temer represálias, como expulsão do partido. Segundo ele, Iris Rezende não teria autoridade moral nem política para fazê-lo. “Infidelidade é puxar o tapete de colega de partido. É colocar a mulher para disputar e fazer por ela o que não fez pelos outros. Vão ter de expulsar metade do partido”, disse.

Amigo pessoal de Friboi, Frederico disse que o empresário o autorizou a trabalhar junto a integrantes do partido em busca de apoio à candidatura tucana. A estratégia, segundo o advogado e membro da executiva do PMDB em Anápolis, seria reestruturar o partido, para futuros embates, inclusive, com candidatos do PSDB. “Para o PMDB é mil vezes melhor que Iris perca a eleição e a gente reconstrua o partido com nossas lideranças”, declarou. Jayme voltou a criticar duramente aquilo que chama de postura autoritária do ex-governador. O advogado negou que Friboi tenha conversado com o atual governador antes de anunciar o apoio.
 
Contradições
Questionado sobre a mudança de postura de Júnior, que teceu duras críticas à gestão tucana durante sua pré-campanha ao governo de Goiás, Frederico disse não ver contradições no posicionamento do empresário. “Júnior fez críticas pontuais. O próprio governador reconhece que há falhas no governo”, minimizou. Jayme declarou ainda que o anúncio não significa a ida do PMDB para a base governista. “Essa é a posição hoje. Vamos reestruturar o partido para embates futuros”, pontuou. Para o advogado, o apoio de parte do PMDB ao projeto tucano não enfraquece a legenda. Em tempos de pré-campanha, Friboi chegou a dizer que se arrependeu de apoiar Marconi em pleitos passados.

De acordo com Jayme, que declarou também ter votado no candidato tucano, Friboi optou por não falar pessoalmente sobre o apoio por estar “demasiadamente ocupado com suas atividades empresariais”. O advogado deixou no ar ainda que outros integrantes do partido devem defender posição semelhante ainda durante a campanha do segundo turno. “Outros virão, outras lideranças importantes”, emendou, sem revelar nomes. No primeiro turno, Friboi manteve-se neutro e em silêncio, mas liberou aliados e bases eleitorais para apoiar quem quisesse. Quando desistiu da candidatura ao governo, o empresário havia declarado que acompanharia o pleito apenas como “cidadão”.
 
História no partido
Júnior Friboi filiou-se ao PMDB, em maio de 2013, com o objetivo de ser candidato a governador em Goiás, após deixar o PSB. À época, o projeto do empresário recebeu apoio da executiva nacional do partido e de deputados federais e estaduais, além de prefeitos do interior. Segundo declarações do próprio empresário, Iris Rezende teria dado garantias de que não teria pretensões de disputar novamente a cadeira no Palácio das Esmeraldas. Porém, meses depois, declarando necessidade de manter aliança com o PT, Iris resolveu lançar-se candidato. A atitude provocou uma crise interna na sigla e uma prévia chegou a ser cogitada.

Em abril deste ano, já perto do prazo final para a convenção do partido, e diante da manutenção de candidatura petista e de atritos entre integrantes da sigla, Iris resolveu anunciar que deixaria a disputa. Em seguida, foi a vez de Friboi desistir do pleito, deixando o partido sem candidato ao governo. Na carta de renúncia, divulgada em 22 de maio, o empresário alegou não ter interesse em rachar a legenda e alegou que a renúncia de Iris não havia acabado com “intrigas de bastidor”. O caminho ficou, então, aberto para a candidatura do ex-governador.

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