Último a se inserir no processo eleitoral, ex-prefeito reservou apenas dois dias da semana para viagens ao interior. Pré-candidato esteve em Rio Verde

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Passado o furor da renúncia e das oficializações de pré-candidaturas, os aspirantes ao governo do Estado entraram em ação. Último a se inserir de fato no processo eleitoral, o ex-governador e ex-prefeito Iris Rezende (PMDB) decidiu colocar o pé na estrada e percorrer suas bases, na capital e no interior. Apesar do início da peregrinação, o foco do peemedebista é a articulação interna. Para as viagens, foram reservados apenas dois dias na semana.

“O povo deste Estado já me conhece. Não preciso cumprir uma agenda afobada no período pré-eleitoral. Estou na política há 55 anos. Tenho credibilidade. Ninguém em Goiás pode dizer um dia que eu prevariquei ou levei vantagem em algum cargo que ocupei em toda minha história de vida pública. Os goianos conhecem meus defeitos e qualidades. Conhecem minhas obras, meus projetos e minha seriedade na política”, ressaltou o pré-candidato durante visita a Rio Verde na manhã de ontem, ao justificar a agenda mais centrada em Goiânia.

O município do sudoeste goiano foi o primeiro a receber a comitiva do ex-governador. Após uma recepção calorosa, com cumprimentos de aliados e saudações emocionadas de populares, Iris agradeceu o apoio de todos e justificou sua postulação paralela à do empresário Júnior Friboi como uma tentativa de consolidar a aliança com o PT.

“Não quero instalar um campo de guerra na sigla. Eu estava acompanhando o processo com muita tranquilidade, quando o PT me informou, formalmente, que só apoiaria o PMDB se eu fosse o candidato. Cumpri o pedido deles, obedeci ao prazo estipulado e a decisão sobre a composição cabe, agora, aos partidos. O que eu não poderia fazer, e não faria jamais, era me omitir neste processo”, disse.

O peemedebista lembrou a necessidade de manter a força do partido em Goiás e disse que o momento político não permite erros na oposição. “Muitos destacam as derrotas dos últimos anos. Eu perdi duas eleições para o governador e Maguito Vilela perdeu duas. Em todas, estivemos rentes e minha preocupação não é essa. O dia que o PMDB desistir, ficarei preocupado. O momento político é outro. Não podemos errar ou facilitar”, acrescentou.

Com um discurso incisivo contra a gestão de Marconi Perillo (PSDB), Iris lembrou os escândalos de corrupção e disse que é preciso lutar pela vitória. “A nação brasileira foi surpreendida com a junção de um Poder estadual com uma quadrilha de bandidos que saquearam o Estado. Não há justificativas para a continuidade”, afirmou.

O ex-governador disse que atua para motivar não apenas o seu nome. “Queremos uma aliança forte para o PMDB. O candidato será fruto de uma decisão democrática.” Um dos líderes que acompanharam Iris a Rio Verde, o prefeito de Aparecida, Maguito Vilela, chegou a ser um dos defensores da postulação de Júnior Friboi. Agora, porém, ele defende a união do partido em torno de Iris. “Eu tenho uma história de 30 anos com Iris Rezende”.

Por Lênia Soares – Publicado no Jornal O Hoje