Eleições 2014: Aliados pressionam PP por aliança proporcional

Partidos da base estudam lançar Magda Mofatto (PR) como vice na chapa de Marconi


A deputada federal Magda Mofatto (PR) pode ser lançada candidata a vice-governadora na chapa de Marconi Perillo (PSDB). Pelo menos é o que defenderiam três partidos que, atualmente, integram a base aliada do governo estadual. A possibilidade foi levantada ontem, em reunião entre PSDB, PTB, PR e PSD, na sede do diretório tucano em Goiás. O movimento seria liderado pelo PTB e, nada mais é que uma forma de pressionar o PP, de José Eliton, a participar da chapa proporcional para deputados estaduais. Apesar de ter sido convidado para participar do encontro, o PP não enviou representante.

Segundo o deputado petebista Talles Barreto, é tradição que a chapa proporcional estadual siga a formatação da federal. “Não faz sentido (o PP) querer participar da majoritária e não participar do chapão para estadual”, resumiu. A intenção do PP já havia sido pauta de reclamação do vereador Virmondes Cruvinel, pré-candidato a deputado estadual, em reunião do PSD, na semana passada. Conforme lembra Talles, o chapão pode lançar até 123 candidatos a deputado estadual. “Realmente, não estamos entendendo porque o PP não quer”, disse. Em tese, seria mais fácil para o PP eleger deputados estaduais em uma chapa pura.

A indicação de Magda, seria, portanto, uma forma de pressionar o partido do atual ocupante da vaga de vice na chapa governista, a repensar o posicionamento com relação à chapa proporcional. Nesse caso, o PP ajudaria na eleição de outros candidatos que não os seus. Outro integrante do PTB, o deputado estadual Henrique Arantes, disse que o nome de Magda recebeu o apoio do PR e do PSD. No entanto, o presidente estadual do PSD, deputado federal Vilmar Rocha, pré-candidato ao Senado, não confirmou a informação. “A discussão lá era sobre a chapa proporcional. Essa era a pauta. O que passar disso, é fofoca”, desconversou.

Procurada, Magda Mofatto confirmou a indicação, mas ponderou que a decisão final caberá ao governador Marconi Perillo. “Estou à disposição do partido para qualquer decisão, mas sou Marconi antes de tudo”, ponderou. A deputada disse ser favorável a mais discussões sobre a formação da chapa majoritária. “Eu defendi a vinda de Caiado e do DEM, defendi a indicação de Vanderlan (Cardoso/PSB) para vice, acho que seria bom para a chapa. Quem me conhece sabe do meu posicionamento”, resume. Para Magda, o fato de ter sido convidada para compor chapas de oposição valorizou o seu peso político e contribuiu para a abertura dessa nova possibilidade.

Procurado, o deputado federal Jovair Arantes, presidente regional do PTB, disse que mantém seu foco nas alianças nacionais do partido. Segundo Henrique Arantes, se o PP não integrar a chapa proporcional, integrantes da base lançarão a deputada na convenção do próximo sábado. “Somos muito delegados e garanto que temos apoio de muitos do PSDB”, ameaçou. Henrique lembra que, desde 1998, a tradição é que o partido indique o vice e entre no chapão. “Querem tirar foto com a onça morta, mas não querem ajudar a caçar”, ironizou. “Se brincar, querem sair na foto na frente do caçador”, emendou.

Magda esclarece que deve permanecer distante das negociações e, caso não se confirme a indicação à vaga de vice, deve prosseguir com o projeto de reeleição à Câmara Federal. “Faço questão de não aparecer, pra não parecer que estou forçando meu nome”, disse. Integrante do mesmo partido da parlamentar, o deputado Álvaro Guimarães acha pouco provável que haja alteração na chapa majoritária do governo. “Já assinamos o documento com apoio a Marconi, Vilmar e José Eliton. O que se discute agora é sobre a (chapa) proporcional”, resume.

Por Flávia Guerra – Publicado no Jornal O Hoje

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