Daniel e Iris transformam PMDB num partido perdido

Maior partido de oposição em Goiás vive crise sem precedentes; PMDB está há 21 dias sem presidente estadual depois que liminar na Justiça, costurada pelo deputado federal Daniel Vilela, paralisou a sucessão


O PMDB goiano é hoje um partido sem rumo, contaminado por uma briga interna, brigado com seu principal aliado e, para piorar, está há 21 dias sem presidente. Grande parcela de culpa por esse cenário de caos é credenciada a dois nomes: o deputado federal Daniel Vilela e o ex-governador Iris Rezende.

No dia 29 do mês passado, o ex-deputado Samuel Belchior entregou o cargo de presidente estadual e desde então a cadeira está vaga porque há um entrave judicial. Daniel Vilela, que quer ser presidente e encerrar o ciclo de 30 anos de poder irista, foi à Justiça e contestou o processo de eleição. Liminar paralisou o pleito e agora tudo depende do diretório nacional.

A situação é tão peculiar que agora nem Iris nem Daniel sabem o que fazer. O filho de Maguito Vilela achou que teria vantagem devido à proximidade com o vice-presidente da República, Michel Temer, em Brasília. No entanto, Temer concentra seus esforços em outros temas mais relevantes e já disse que não vai se meter. Deixou para o PMDB goiano indicar alguém para comanda a tal comissão provisória da eleição.

Se a crise interna entre o novo e o velho não se resolve, o PMDB também entrou em outra confusão. Resolveu brigar com o PT, seu aliado em Goiânia desde 2004. Autorizado por Iris, o vice-presidente Agenor Mariano desferiu ataques pesados contra o prefeito Paulo Garcia (PT) e chegou a dizer que o PMDB deveria "vomitar" o PT para seguir em frente.

Iris também apareceu para criticar Paulo Garcia e reprovar o reajuste no valor do IPTU proposto pelo petista. O prefeito reagiu e de forma bem mais agressiva do que muitos imaginavam. Exigiu respeito e disse não ser preposto de "cacique", que é como Iris é chamado.

Não parou por aí. Paulo deu outro troco esta semana. Demitiu o peemedebista Ormando Pires (primo de Agenor) do comando da Comurg e nomeou o controlador-geral da prefeitura, Edilberto Dias, no cargo. Assustado com a reação petista, o PMDB já ensaia um recuou e lideranças afirmam ser uma crise pontual. A aliança deve perdurar até 2016, mas o clima de guerra fria vai continuar.

Maior partido de oposição em Goiás, o PMDB não consegue resolver os problemas de casa e também não se dá bem com os vizinhos. Nesse balaio ainda tem o senador Ronaldo Caiado (DEM), que sonha com o apoio do PMDB para ser candidato ao governo em 2018, mas é odiado pelos petistas.

Goiás 247

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