Aparelhada, OAB Forte usa máquina estatal para pedir votos

Pesquisas de opinião apontam chapa com a terceira colocada entre os eleitores


Três candidatos disputam a presidência da OAB Goiás. Uma, de oposição, encabeçada por Lúcio Flávio (OAB que Queremos) é a favorita. Conforme a última pesquisa Fortiori, Lúcio Flávio seria eleito hoje com mais votos do que os outros dois concorrentes juntos, Enil Henrique (OAB Independente), o atual presidente, e Flávio Buonaduce (OAB Forte).

No levantamento espontâneo, Lúcio Flávio aparece com 29,7% das intenções de voto, contra 16,9% de Enil Henrique e 7,8% de Flávio Buonaduce. Somados os votos de Enil Henrique e Flávio Buonaduce, o que dá 24,7%, Lúcio Flávio ainda se manteria em primeiro lugar com folga. No levantamento estimulado acontece a mesma coisa. Lúcio Flávio tem 36,9% das intenções de voto. Enil Henrique tem 21,8% e Flávio Buonaduce 14,2%, o que, somados, dá 36%.

E é este cenário que leva o desespero aos concorrentes. A chapa OAB Forte, que atua aparelhada ao governo de Goiás, usa todo tipo de estratégia para mudar o quadro, já que seu candidato aparece em terceiro lugar, situação que incomoda muito e, se nada mudar, significará a derrocada de um grupo que está no poder há 30 anos na OAB de Goiás.

Na estratégia eleitoral da OAB Forte o desespero aparece camuflado em ações de gabinete nos órgãos estatais. Na semana passada o vice-governador José Eliton, que apoia esse grupo, chamou prefeitos do interior ao seu gabinete para pedir apoio deles. Como se sabe os prefeitos contratam advogados para trabalhar nas prefeituras e exercem influência política nos seus municípios, o que poderia ajudar o candidato da OAB Forte.

A mesma atitude, segundo apurado pela Tribuna do Planalto, foi tomada pelo secretário estadual de Governo, Henrique Tibúrcio, que deixou a presidência da OAB-GO para assumir o cargo no início do ano passado atendendo a convite do governador Marconi Perillo. A ação envolve também outros órgãos públicos. No Tribunal de Contas do Estado (TCE), a conselheira Carla Santillo foi escalada para pedir votos para a OAB Forte junto aos advogados que trabalham no órgão. Na Assembleia Legislativa acontece a mesma coisa.

Mas essa tática parece ter efeito contrário. Boa parte dos advogados contatados pela reportagem não aprova o aparelhamento da OAB ao Estado. Eles pregam uma entidade independente. Assim, o que poderia ajudar está, na realidade, atrapalhando.

Há 23 dias para a eleição é crível a vitória de Lúcio Flávio. Enil Henrique, apesar de trilhar a chamada independência nesta campanha, sempre esteve junto ao grupo que está no poder há 30 anos e permanece estacionado na segunda colocação. Já Flávio Buonaduce carrega nas costas um peso muito grande: o desgaste do grupo OAB Forte junto aos advogados goianos.

Tribuna do Planalto

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