Traficantes internacionais de droga começam a ser ouvidos

MPF/GO já ofereceu três denúncias contra 14 pessoas envolvidas na chamada “Operação Águas Profundas”


O Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO) acompanhou nesta quarta, 23 de julho, o primeiro interrogatório dos envolvidos na operação “Águas Profundas”, desencadeada pela Polícia Federal (PF) em maio passado. A ação desarticulou uma quadrilha especializada no tráfico internacional de drogas e liderada por Mário Sérgio Machado Nunes, que se encontra foragido. O MPF/GO já ofereceu três denúncias contra 14 pessoas envolvidas no caso.

No interrogatório foi ouvido, na 5° Vara da Justiça Federal em Goiânia, César Theodorus Miguel Bom, policial militar preso durante a operação. Segundo as investigações, ele colaborava com a organização criminosa realizando pesquisas sobre veículos “suspeitos” de estarem investigando o grupo e obtendo nomes e CPFs para habilitação de telefones e chips. Pelo trabalho recebia recursos em sua conta bancária a fim de facilitar o ingresso de valores da quadrilha, além de outras condutas criminosas. Em 2012, a movimentação financeira do policial já era seis vezes maior que seus rendimentos declarados.

Até o momento, o MPF/GO já ofereceu três denúncias contra 14 pessoas pelos crimes de tráfico de drogas (artigo 33 da lei 11.343/06) e associação ao tráfico (artigo 35 da lei 11.343/06).

Entenda o caso
A PF vinha investigando, há dois anos e meio, uma organização criminosa especializada em tráfico internacional de drogas. A investigação deu origem à operação batizada como “Águas Profundas”, em alusão a um submarino que o grupo estaria construindo para transporte de drogas. Em 23 de maio deste ano foi cumprida uma série de mandados de busca e apreensão, de prisão preventiva e de condução coercitiva em sete estados brasileiros (GO, SP, PR, PA, MG, MT e SC).

A abrangência do grupo era mundial, atuando em pelo menos 27 países de diversos continentes. Levantamentos patrimoniais dos integrantes da quadrilha resultaram na identificação e sequestro de 46 imóveis, sendo um hotel, nove fazendas, uma chácara, seis casas, 26 lotes, quatro apartamentos na praia, cinco apartamentos e um box de garagem, avaliados em aproximadamente R$ 100 milhões, e ainda dezenas de veículos e dinheiro em contas bancárias.

Assessoria de Comunicação - Ministério Público Federal em Goiás

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