Suposto serial killer preso em Goiânia

Ele admitiu homicídios contra mulheres que são investigadas por força-tarefa. Polícia Civil voltou atrás e disse acreditar na atuação de assassino em série


O vigilante Thiago Henrique Gomes da Rocha, de 26 anos, confessou à polícia, em depoimento nesta quarta-feira (15), que matou 39 pessoas em Goiânia. Desses homicídios, pelo menos oito seriam de moradores de rua e alguns de mulheres, cujas mortes já estavam sendo investigadas há dois meses pela força-tarefa da Polícia Civil.

Criada no dia 4 de agosto, a equipe de delegados investiga 16 mortes, sendo 15 mulheres e 1  homem. Segundo a assessoria da Secretaria de Segurança Pública informou ao G1, o vigilante confessou ter cometido todos esses homicídios. Já o titular da Delegacia de Homicídios, Murilo Polati, disse, nesta noite, que das mortes que o suspeito admitiu, apenas 13 fazem parte da investigação da força-tarefa.

Pela manhã, o secretário de Segurança Pública, Joaquim Mesquita, anunciou que o vigilante confessou ter matado oito mulheres dos casos investigados pela força-tarefa. Em entrevista no fim desta tarde, o delegado-geral da Polícia Civil em Goiás, João Carlos Gorski, afirmou que Thiago confessou a morte de 16 mulheres, mas não explicou quem é a 16ª vítima.

O primeiro crime da série de assassinatos contra mulheres em Goiânia ocorreu em 18 de janeiro deste ano, quando Bárbara Luiza Ribeiro Costa, de 14 anos, foi executada no Setor Lorena Park. A morte mais recente foi a de Ana Lídia Gomes, baleada em um ponto de ônibus no Setor Conjunto Morada Nova, no dia 2 de agosto. Um motociclista passou pelo local e disparou contra a garota, que não resistiu aos ferimentos.

Entre as outras 13 mortes investigadas pela força-tarefa estão a da dona de casa Lílian Sissi Mesquita e Silva, de 28 anos, em 3 de fevereiro, de Janaína Nicácio de Souza, de 25 anos, e de Bruna Gleycielle de Sousa Gonçalves, 26 anos, ambas mortas em 8 de maio. Todas as vítimas de série de assassinatos eram jovens, mas não tinham perfil parecido.

Assassinatos em série

Ao contrário do que foi divulgado pela polícia no início das investigações, o delegado-geral da Polícia Civil, João Gorksi, afirmou, nesta manhã, que se trata de um caso de assassino em série. "Eu acredito que é um serial killer. No começo, ele matava aleatoriamente. No fim, ele estabeleceu um padrão", afirmou. De acordo com a polícia, dentre os demais crimes cometidos pelo homem, estão mortes de moradores de rua e homossexuais. Os outros homicídios de mulheres não assumidos pelo vigilante continuarão sendo investigados.

A polícia afirma que há cerca de um mês as investigações já apontavam para o suspeito como autor dos crimes, mas ele só foi preso na terça-feira (14), na Avenida Castelo Branco, na capital. Com o suspeito foi apreendida uma motocicleta. Na residência dele também foi apreendido um revólver calibre 38. A polícia não informa a quantidade de material apreendido nem suas características. O homem está detido na Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios.

O advogado do suspeito, Thiago Huascar, disse que não tinha como se pronunciar sobre o caso, pois só teve acesso à procuração nesta manhã. “Vou aguardar os andamentos e ver o que está sendo a acusação contra ele”, informou o advogado.

No ano passado, o Ministério Público Estadual ofereceu denúncia contra o suspeito por furtar uma placa de uma motocicleta no estacionamento de um supermercado de Goiânia. Imagens de câmeras de segurança mostram ele cometendo o crime (veja vídeo acima). Também no ano passado, ele foi preso em flagrante em uma motocicleta com placa roubada, mas foi solto.  O caso foi registrado no 5º Distrito Policial.

Segundo a Polícia Civil, o jovem foi identificado em imagens registradas por câmeras de segurança no último domingo (15), próximo à lanchonete em que uma mulher foi agredida por um motociclista. O caso foi incluído na força-tarefa. Segundo testemunhas, o motociclista de capacete vermelho atirou na jovem, mas a arma falhou. Então, ele deu um chute na boca dela.

G1 Goiás

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