Polícia Civil apresenta acusados de latrocínio

Crimes aconteceram na capital e no interior


A Polícia Civil de Goiás apresentou, na tarde de ontem, dez homens presos desde a última sexta-feira, 3, no Estado. Todos são suspeitos de latrocínio em Goiânia e em municípios do interior. A maioria já com passagens anteriores pela polícia, mas estavam soltos.

Um dos presos apresentados, Hygor Fernando Duarte, de 22 anos, é suspeito de ter cometido um latrocínio um dia após deixar a prisão. O suspeito havia cumprido pena por receptação e deixou o presídio no dia 9 de abril. No dia 10, ele teria tentado assaltar o recepcionista Edgar Vicente Pereira, que estava em um ponto de ônibus na Avenida Magalô, no Setor Morada do Sol, em Goiânia. De acordo com as investigações, Hygor Fernando pretendia levar o celular da vítima, mas, diante da reação do recepcionista, atirou e fugiu sem levar o objeto.

Outro caso ocorreu em Rio Verde, no Sudoeste goiano, e envolveu uma dupla que supostamente fazia programas com a vítima. Nilton Oliveira Fernandes, de 21 anos, e Bruno Lima da Silva, de 22, são suspeitos de matar, a pauladas, o enfermeiro José Domingues, com quem supostamente mantinham um relacionamento.

De acordo com o delegado Francisco Lipari, que investigou o caso, a dupla teria se desentendido com a vítima por causa do valor do programa. Após espancarem o enfermeiro, a pauladas, os suspeitos teriam se apoderado do carro da vítima e a atropelado. O crime ocorreu, na madrugada de segunda-feira, e os suspeitos foram presos, por volta das 6h, e confessaram o crime.

Também foram apresentados quatro suspeitos de um latrocínio ocorrido na zona rural de São Francisco de Goiás, município localizado a 80 quilômetros de Goiânia. Fábio Barros, Agmar Oliveira, Jean Oliveira e Júlio César Calixto teriam cometido o crime em janeiro do ano passado.

Segundo o delegado regional de Goianésia, Marco Antonio Maia, os suspeitos espancaram e cortaram os pescoços de Edson Barros, de 26 anos, e Evanilda Soares, de 42. A neta do casal, de quatro anos de idade, foi a única poupada.

Outro crime rumoroso cuja solução foi apresentada pela Polícia Civil ocorreu, em abril deste ano, em Luziânia (município localizado no Entorno do Distrito Federal). De acordo com o delegado Rodrigo Mendes, Gabriel Gonçalves Barbosa, cuja idade não foi divulgada, é um dos suspeitos da morte de Cleiton Macianis, que tinha 28 anos de idade e trabalhava em uma casa lotérica.

No momento da tentativa de assalto, Cleiton se negou a abrir a porta do estabelecimento. A dupla teria, então, agredido a vítima com chutes e socos e, depois, Gabriel teria atirado na cabeça do rapaz. Em seguida, os dois fugiram. Toda a ação foi filmada pelas câmeras de segurança da casa lotérica. Gabriel Gonçalves foi preso em Santa Vitória, município do interior de Minas Gerais, na casa de um tio.

Por fim, a Polícia Civil apresentou também dois suspeitos de latrocínios ocorridos na zona rural de Bela Vista de Goiás, município localizado a 50 quilômetros de Goiânia. Pedro dos Reis Silva, é suspeito de matar a tiros Joaquim Estevão, para roubar roupas e R$ 3 mil em dinheiro. O crime ocorreu no dia 9 de junho.

Já Washington Gomes de Araújo é suspeito de matar o empresário José Inácio Caliman com dois golpes de machado, no dia 6 de junho. Segundo as investigações, Washington Gomes levou um veículo VW Saveiro pertencente ao empresário, além de R$ 200.

Secretário
Durante a apresentação dos presos, o secretário a Segurança Pública de Goiás, Joaquim Mesquita, voltou a apontar a reiteração criminal e a necessidade de mais investimentos do governo federal e dos municípios em ações de Segurança Pública. Mesquita defende que sejam criados fundos aos moldes do que existe na Educação e Saúde, por meio de alterações na legislação.

Ao mostrar dados sobre os antecedentes dos dez suspeitos de latrocínio apresenta (veja quadro), o secretário lamentou que muitos criminosos perigosos são soltos rapidamente. “Caso eles tivessem permanecido presos, não estaríamos aqui lamentando assassinatos que eles cometeram”, avaliou.

Joaquim Mesquita apresentou um estudo feito pela Inteligência da SSPGO, que acompanhou, entre os dias 23 de março e 31 de maio, o noticiário de três jornais diários de Goiânia. Nesse período, foram noticiadas as prisões de 228 pessoas.

“Essas pessoas tinham, juntas, 636 crimes anteriores, pelos quais já haviam sido presos. O índice de reiteração ficou em 64%”, pontuou. “Essas pessoas têm de ficar mais tempo presas”, defendeu.

Joaquim Mesquita mostrou outro estudo, baseado em dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que mostram que tanto a taxa de encarceramento quanto a proporção de presos por vagas no sistema em Goiás é menor que a média brasileira. Por outro lado, Estados que têm maior população carcerária proporcional, como São Paulo, têm índices menores de homicídios. “E isso não ocorre porque a polícia não prende. A polícia prende. Temos o segundo melhor índice de prisões do Brasil, proporcionalmente ao efetivo, segundo o próprio Ministério da Justiça”, disse.

O secretário também voltou a defender mais recursos federais para a Segurança Pública. De acordo com dados da Secretaria do Tesouro Nacional, em 2012 os Estados investiram R$ 41 bilhões no setor, enquanto a União gastou pouco mais de R$ 7 bilhões (sendo que R$ 6 bilhões somente nas polícias Federal e Rodoviária Federal).

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