Leandro Lopes: o goleiro escritor

Atleta desenvolve habilidades através da Literatura


Dentro de campo ele é uma verdadeira muralha, pegando até pênaltis e ajudando o seu time por onde passa. Leandro Lopes, o Leandrão, já foi profissional jogando em times como Vitória, Rio-verdense, de Goiás e  do Tocantins. O jovem talento que une as vilas Renovação e Mutirão em Rio Verde.  Teve passagem brilhante pelo futebol profissional e hoje valoriza o futebol amador de Rio Verde. Todos os times querem ter o Leandrão no seu gol, pois sabem da capacidade do filho do Brucutu e da dona Ordália. Com 33 anos e boa estatura, ele fecha o gol no campo de terra batida da Vila Canaã e no gramado. É um líder, capaz de organizar a sua defesa e sair jogando com os pés com rara habilidade. Na foto ele tinha acabado de ser campeão pelo Clube dos 30, além de ter sido o goleiro menos vazado da competição principal do futebol amador de Rio Verde. Em todos os times que jogou foi muito elogiado, mesmo quando não era campeão. Mas como o futebol é uma carreira que pode ser ingrata, Leandro Lopes foi estudar e desenvolver o seu gosto pela Literatura. Gosta de ler sobre vários temas e personagens, peneirando as boas ideias. E tem senso crítico real.
 
Um goleiro amante da literatura
Para ele fazer boas defesas é tão importante como educar a sua mente. Por isso Leandro fez vários cursos técnicos na área do meio ambiente e cultiva o seu amor pela natureza e livros. Num caderno especial conserva o seu estilo de escrever, com mais de 300 poesias de sua própria autoria. O livro de Leandro Lopes deverá se chamar Regresso ao regressar, uma coletânea de versos para todos os fins e situações, falando de liberdade, solidão, luta, amor, verdade, indiferença e toda forma de sentimento humano. Está buscando apoio cultural para lançar o seu primeiro livro, um verdadeiro desabafo em forma de poesias. Quando não está defendendo os seus times, com certeza ele está lendo alguns de seus autores favoritos ou rabiscando mais uma poesia na tela do computador. Evangélico, aprecia a Bíblia Sagrada e só toma vinho; adora conversar com os amigos. Busca a evolução dentro e fora de campo, procurando manter a sua forma invejável. Já jogou pelo Cruzeiro, Marconal e muitos outros times de Rio Verde e região. Defender, entender e escrever são verbos da segunda conjugação, e Leandrão procura se soltar em cada pensamento e defesa arrojada. Em alguns times que jogou ele não recebeu o devido salário, razão pela qual resolveu encerrar a carreira profissional. O irmão do Domingos e da Priscila Lopes (cunhado do Marco Antônio Ferreira) ama tudo que faz e a poesia é o seu refúgio especial e motivacional. Cada verso funciona como uma catarse, uma forma de ver o mundo e lutar pela união dos seres humanos no Planeta Terra. Considera que todo jogador de futebol precisa estudar e buscar uma carreira além das quatro linhas, já que a carreira no esporte é curta. Não pode ser alienado. Leandro Lopes, o Leandrão, o goleiro das defesas milagrosas (no caso dele, a expressão não soa como exagero) e dos versos parnasianos, libertadores, comoventes. Alguns temas de suas poesias são baseados em suas próprias vivências amorosas, embora confesse que todo poeta é o escudo e porta voz do resto da humanidade. Cada verso mostra uma situação, um sistema, uma novidade, onde nem sempre é possível rimar dor com amor.  Acredita em Deus e na boa vontade dos homens; dentro de campo grita, xinga com jeito e  orienta a sua defesa. Fora do campo é uma pessoa sensível, educada e costuma dizer que para tudo há solução quando o homem confia no altíssimo. O seu irmão Domingos foi um notável jogador profissional, completando o DNA positivo da família Lopes. Hoje o goleiro poeta trabalha na Brasilata e é muito querido pelos seus colegas de trabalho na empresa que atua no campo de embalagens. Ouvir, pensar, decidir, sair bem do gol e escrever mais um verso de amor são a rotina do filho do senhor Brucutu e dona Ordália. Carrega um imenso carisma e defende a tese que todo homem deva ler pelo menos 50 livros na sua vida. Em breve o livro de poesias do Leandro deverá ser publicado, comprovando que um bom goleiro deve ter sorte, talento, comando e, sobretudo,  muita sensibilidade.  O bom reflexo está presente na sua arte de fechar o gol e abrir mais uma página de poesia na história criativa e abundante de Rio Verde das Abóboras. Como diz os torcedores e leitores, parodiando o locutor Galvão Bueno: “Sai que é sua, Leandrão…”

José Carlos Vieira, escritor, jornalista do Jornal Folha da Cidade, Rio Verde – E-mail lelabalela1@hotmail.com

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