Em cartaz: Maze Runner

Filme está em exibição no Shopping Rio Verde


Maze Runner – Correr ou Morrer pode até ser considerado um parente próximo de Jogos Vorazes, porém, enquanto que a saga da heroína Katnees trabalha, sobretudo, com temáticas políticas, este aqui se encobre de mistérios, ao menos em seu capítulo inicial, para instigar o espectador a querer saber mais da história. E o resultado no geral é satisfatório, pois ao final da história, fica a imediata curiosidade para saber o que é que acontecerá com o grupo de jovens sobreviventes.

A trama do filme, dirigido pelo cineasta Wes Ball, e que é uma adaptação do best seller do escritor James Dashner, é a seguinte: um grupo de jovens desmemoriados é jogado – um a um – em um enorme terreno (chamado de clareira) cercado por muros gigantescos, tornando quase impossível a fuga por estes meios. Por fora dos muros, um engenhoso labirinto, que abre regularmente, que muda de posições diariamente, e que são defendidos por seres monstruosos (chamados verdugos).

As coisas começam a mudar quando Thomas, interpretado pelo ator Dylan O’Brien, é o jogado da vez. Ele mostra-se mais inconformado com a situação que os demais, e a partir de então começa uma intensa corrida – literalmente – pela fuga e pela sobrevivência deles.

Maze Runner já começa bem intenso nos minutos iniciais, com a chegada de Thomas, através de uma caixa, ao ambiente do filme. Naquele instante o espectador (não conta quem já leu o livro) não possui a mínima ideia do que está acontecendo ali, tal como o protagonista. A escolha de tornar o público cúmplice de Thomas acaba sendo acertada, pois há desde cedo uma relação maior empatia com ele por conta disto. Sem lembrar-se de nada, Thomas, aos poucos, vai sendo informado da situação, de que eles acabaram formando uma pequena sociedade, com regras definidas, e com uma espécie de hierarquia, onde somente os corredores possuem permissão para sair rumo ao labirinto. Thomas, obviamente não seguirá algumas destas regras, afinal de contas, esta será sempre a sina dos heróis nos filmes.

Outro acerto do roteiro do filme (e do livro, consequentemente) foi privilegiar por quase toda a história a ação, o suspense e o mistério, deixando de lado o romance, que normalmente é uma das bases deste tipo de história. A trama, em sua maior parte, conta somente com personagens garotos, e somente mais próximo do desfecho é que a clareira recebe sua primeira prisioneira garota. A entrada dela na história – e na saga – abre uma brecha para que posteriormente o romance tenha também destaque na narrativa, mas em Maze Runner – Correr ou Morrer o espaço para amar é quase nulo.

Outros personagens da trama possuem grande importância, como os líderes Alby (Aml Ameen), Minho, Newt e Gally. Toda a jornada do herói vivida por Thomas só desenvolve-se bem por conta deles. Outra peça importante é o garoto Chuck (Blake Cooper), que não tem função estratégica entre eles, por ser uma criança e meio fora de forma, mas que é vital para o filme, já que o espectador de imediato sente uma enorme simpatia pelo garoto, torcendo muito para que ao final ele possa reencontrar seus pais. Chuck acaba sendo o Hugo (para quem assistiu a série Lost) de Maze Runner.

Por falar em Lost, os fãs da série que assistirem ao filme terão espasmos de deja vu, pois há toda uma atmosfera que remete a história dos sobreviventes da famosa ilha: os mistérios por trás da trama, o medo do desconhecido (o lostzilla e os verdugos), as constantes sequências de corridas pela sobrevivência e a própria ideia de sobreviver, tão comum às duas sagas. Claro que essas referências nós podemos encontrar em outros filmes e séries, mas com Lost é bem aparente.

O desfecho de Maze Runner – Correr ou Morrer certamente dividirá opiniões, onde alguns ficarão satisfeitos com as respostas, e sobretudo, com as novas perguntas, e outros se sentirão enganados, já que o final da história deixa lacunas que somente serão preenchidas nas prováveis continuações. O fato é que toda a perspectiva apocalíptica jogada por uma das personagens para explicar a história é convincente e não menospreza nem um pouco a capacidade de entendimento do espectador. As questões formuladas no final (com a ideia de entrar em uma fase 2) são bastante compreensíveis para uma série que possui sequências (ao menos nos livros).

Com uma trama recheada de ação, tensão, cenas de suspense e envolto a vários mistérios, Maze Runner pode ser considerado um bom representante do chamado cinema distópico juvenil (Jogos Vorazes, Divergente…). Com um visual apocalíptico bem interessante, o filme acerta em deixar o romance juvenil de lado e abraçar o mistério. Cumpre seu papel de apresentar uma saga, deixando no público um imediato gosto de quero mais. Agora só resta esperar os próximos capítulos.

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