Em cartaz: Guerra Mundial Z

Filme está em exibição no Shopping Rio Verde


Imagine uma trama onde uma terrível e misteriosa doença se espalha pelo mundo, contagiando a todos numa velocidade impressionante e transformando as pessoas em zumbis. A busca pelo antídoto é protagonizada por uma pessoa, ou um grupo de pessoas, que no final sempre consegue alcançar seu objetivo. Previsível como qualquer filme de zumbis? Sim. Mas que nem por causa disso deixa de contar com altas doses de ação e sustos, ainda mais quando nosso personagem principal é Brad Pitt e os zumbis estão tão em alta, vide a retomada dos clássicos de George Romero, últimas produções do gênero como A Morte do Demônio e a trilogia REC, além do seriado televisivo The Walking Dead.

Inspirado no livro de Max Brooks e com custo total estimado em $190 milhões de dólares, Guerra Mundial Z é classificado hoje como um dos filmes de horror mais caros já produzidos na história do cinema. Esse custo exorbitante se deu principalmente pela ocorrência de problemas nos bastidores e pela necessidade da refilmagem de todo o terceiro ato do filme. Por um lado, atrasos na produção, por outro, mais tempo para a turma de pós-produção em efeitos especiais executar um trabalho primoroso, principalmente nos grandes planos gerais em tomadas aéreas.

O filme de Marc Foster (007 – Quantum of Solace e O Caçador de Pipas) é excelente nos primeiros minutos e consegue facilmente espremer o espectador na cadeira do cinema tamanha a tensão e situações frenéticas e assustadoras exibidas na tela. O que começa com um retrovisor quebrado se transforma num caos repleto de agonia quando os zumbis-corredores (sim, aqui eles correm e muito!) começam a atacar as pessoas e infectá-las em questão de segundos.

Iniciar um filme assim parece ser um grande risco a se assumir, ainda mais quando as semelhanças com a sequência inicial de Madrugada dos Mortos (2004) são tão aparentes e inevitáveis de sofrerem comparação. Diferente do filme de Zack Snyder, Guerra Mundial Z não se sustenta na sua tensão apresentada nos primeiros 15 minutos do filme. Nas cenas seguintes o caráter de terror que o filme assume se perde, transformando-se em mais um filme de ação qualquer. Outra questão, mais relevante para os fãs de zumbis, é a forma de tratamento que o diretor decidiu (ou não) dar às suas criaturas: não fica claro se eles são mortos-vivos ou simplesmente infectados. O trunfo de permitir aos zumbis correrem como verdadeiros caçadores impossibilita ao público visualizá-los com perfeição devido aos efeitos visuais um pouco exagerados, deixando essa revelação apenas para a sequência final do filme, em que o personagem de Pitt busca pelo antídoto em um laboratório.

Pode-se dizer ainda que Guerra Mundial Z é um filme de zumbis bastante educado e “higienizado”. Ao contrário dos demais filmes do gênero não se mostram ações de impacto como por exemplo uma mão decepada ou o real estrago que uma mordida de zumbi causa ao novo infectado: tudo não passa de um simples machucado. Seria isso culpa da faixa etária diminuída (12 anos no Brasil) por medo dos custos não serem cobertos? Vale ainda ressaltar que sua versão 3D é bastante problemática, além de escurecer a exibição, os cortes rápidos dos montadores Matt Cheese e Roger Barton (Transformers) não permitem perceber quem ataca e quem está sendo atacado em alguns momentos.

Guerra Mundial Z não se propõe a fazer o melhor filme de zumbis, mas ganha nos efeitos visuais e na forma que aborda outros temas bastante atuais como superpopulação, aquecimento global, despreparo do serviço de saúde mundial e alienação política. Um filme gigante, mas que não passa de mais um épico apocalíptico que entra para a lista com uma diferença dos demais: um rosto bastante conhecido das grandes telas.

O filme está em exibição na Sala 1 do Shopping Rio Verde (versão dublada) às 21h10. Para assistir ao trailer, clique no ícone “Vídeos”.

Vídeo

Compartilhe

Comente: Em cartaz: Guerra Mundial Z