Em cartaz: A bruxa de Blair

Filme está em exibição nos dois shoppings de Rio Verde


Se em 1999 "Bruxa de Blair" mudou a cara do terror ao popularizar o "found footage" (tipo de ficção que, propositalmente, parece um documentário amador), a sequência da história, que estreia nesta quinta-feira (15), mostra o quão desgastado está o modelo, explorado à exaustão pela indústria nos últimos 17 anos.

Filmes como "REC", "Cloverfield" e todos os "Atividade Paranormal" adotaram a câmera que tudo vê. Alguns com certa inovação, outros nem tanto.

O terceiro "Bruxa de Blair" - após uma esquecível primeira continuação, de 2000 - está no segundo grupo. O longa repete com quase exatidão a fórmula da produção original - o que até traz certa nostalgia -, mas sobe alguns tons, perdendo a sutileza que já foi um dos trunfos da franquia.

Mesmo assim, é preciso dizer: há potencial para alta bilheteria. A continuação cozinha bem a receita dos sucessos do gênero, com cenário sombrio, personagens relativamente carismáticos, medo do escuro, uma entidade que parece onipresente e um bem-sucedido acréscimo: o tempo como mais um elemento de horror. Também provoca sentimento de angústia e ansiedade crescente, que envolve o espectador - destaque para a sufocante sequência em um túnel subterrâneo.

Em busca da irmã desaparecida
O novo enredo segue a antiga trama. Um grupo de destemidos jovens decide explorar a floresta amaldiçoada de Black Hills filmando tudo o que vê pela frente. Agora, quem lidera a jornada é James, em busca de respostas sobre o desaparecimento de sua irmã Heather, protagonista do primeiro filme, 17 anos depois.

As esperanças do rapaz aumentam com o surgimento de uma nova pista na internet, que o leva a uma dupla de moradores locais. Eles se oferecem para guiar o grupo na floresta, mas acabam se provando mais uma ameaça que auxílio. Personagens mais complexos e interessantes do que a média do filme, uma boa sacada do roteiro.

Da câmera ao drone
O novo "Bruxa de Blair" deixa claro que os tempos são outros. Os personagens não têm mais só uma câmera na mão e uma ideia na cabeça. Dessa vez, têm aparelhos de GPS, celulares e até um drone. Com toda essa parafernalha, parece impossível que se percam na floresta. Só parece. A história mostra como a tecnologia pode ser inútil em situações extremas.

Os 17 anos que separam uma produção da outra também se refletem na qualidade da imagem na tela. As cenas em alta definição em nada lembram a estética mais amadora do filme de 1999, que dava naturalidade à trama. Também pudera: enquanto o primeiro teve orçamento de apenas US$ 60 mil, este foi produzido com aproximadamente US$ 5 milhões.

Sustos e sangue

Talvez para se aproximar de fenômenos atuais do gênero, como "Invocação do mal", a sequência exagera nos chavões do terror. Sustos sem o menor propósito e ruídos aleatórios irritam um pouco, mas não mais que a câmera que não para de chacoalhar. Em relação ao filme inicial, também há mais sangue, violência e o sobrenatural mais escancarado.

Apesar dos problemas, impossível negar que o terceiro "Bruxa de Blair" ainda pode render alguns pesadelos. A história do assassino que, aterrorizado pela bruxa, deixa uma criança de costas num canto enquanto mata outra prova que é capaz de assustar mais de uma geração. Resta saber se o "found footage" sobreviverá a ele.

O filme está em exibição nos dois shoppings de Rio Verde. Para conferir os horários, acesse http://www.cineflix.com.br/programacao/buriti-shopping-rio-verde/ e http://shoppingrioverdego.com.br/filmes. Clicando no ícone “Vídeos”, você assiste ao trailer do longa.

Compartilhe

Comente: Em cartaz: A bruxa de Blair