Centenário de escritores goianos será comemorado nesta sexta

2015 marca os 100 anos de nascimento de importantes escritores goianos


O ano de 2015 marca os 100 anos de nascimento de importantes escritores goianos: José J. Veiga, Bernardo Élis, Carmo Bernardes e Eli Brasiliense. Para marcar a data, a Secretaria da Educação, Cultura e Esporte (Seduce) realiza no Centro Cultural Oscar Niemeyer (CCON) uma roda de conversa, aberta ao público, em que outros grandes nomes da cultura goiana falam sobre os homenageados.

No encontro, às 19h30, desta sexta-feira, dia 20, no auditório Lygia Rassi (CCON), o escritor Gilberto Mendonça Teles fala sobre José J. Veiga; Miguel Jorge sobre Bernardo Élis; Bariani Ortêncio sobre Eli Brasiliense; e Lêda Selma sobre Carmo Bernardes. A entrada é franca.

Os centenários

Expoentes da literatura feita em Goiás, os homenageados estão entre os principais nomes que mais contribuem com a cultura goiana e seu reconhecimento no País e internacionalmente.

J.J.Veiga

Nascido em 2 de fevereiro de 1915 em Corumbá de Goiás, J. J. Veiga foi escritor do realismo fantástico, estilo que o consagrou dentro do rol dos escritores notáveis da literatura nacional. Entre suas obras estão Os Cavalinhos de Platiplanto, A Hora dos Ruminantes e A Máquina Extraviada. J.J. Veiga faleceu no dia 19 de setembro de 1999, no Rio de Janeiro. Ganhou, em 1997, o Prêmio Machado de Assis, concedido pela Academia Brasileira de Letras, reconhecendo a importância do conjunto de sua obra.

Publicou, entre outros: Os cavalinhos de Platiplanto (contos), 1959; A hora dos ruminantes (romance), 1966; A máquina extraviada (contos), 1967; Sombras de reis barbudos (romance), 1972; Os pecados da tribo (novela), 1976; O professor Burrim e as quatro calamidades, 1978; De jogos e festas (novelas), 1980; Aquele mundo de Vasabarros (romance), 1982; Torvelinho dia e noite (romance), 1985; A casca da serpente (romance), 1989; O risonho cavalo do príncipe (romance), 1992; O relógio Belisário (romance), 1995; Tajá e sua gente, 1997; Objetos turbulentos (contos), 1998.

Bernardo Élis

Bernardo Élis Fleury de Campos Curado nasceu em 15 de novembro de 1915, também em Corumbá de Goiás e faleceu em 30 de novembro de 1997 na mesma cidade. Único goiano a entrar para a Academia Brasileira de Letras, Bernardo Élis foi o quarto ocupante da Cadeira 1, eleito em 23 de outubro de 1975, na sucessão de Ivan Lins e recebido pelo Acadêmico Aurélio Buarque de Holanda Ferreira em 10 de dezembro de 1975.

Além de poeta, contista e romancista, Bernardo Élis também foi advogado e professor. Em 1956 escreveu O Tronco, considerado por muitos como sua obra mais importante. Também é autor de Ermos e Gerais”, Os Melhores Contos, Veranico de Janeiro, Primeira Chuva, entre outros.

O notável goiano recebeu os prêmios José Lins do Rego (1965) e Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro (1966), pelo livro de contos Veranico de Janeiro (1966). Caminhos e Descaminhos (1965) lhe rendeu o Prêmio Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras. Recebeu também o Prêmio Sesquicentenário da Independência pelo estudo Marechal Xavier Curado, Criador do Exército Nacional (1972). Em 1987, recebeu o Prêmio da Fundação Cultural de Brasília, pelo conjunto de obras, e a medalha do Instituto de Artes e Cultura de Brasília.

Eli Brasiliense
Eli Brasiliense Ribeiro nasceu em Porto Nacional, à época em Goiás, hoje estado do Tocantins, em 18 de abril de 1915 e faleceu em 5 de dezembro de 1998 em Goiânia. Em 1949, através do prêmio Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos Eli publicou seu primeiro romance; Pium – nos garimpos de Goiás. Em 1954, Bom Jesus do Pontal. Dois anos depois, lançou o romance urbano que conta o surgimento da nova capital de Goiás, Goiânia, intitulado Chão Vermelho. Também escreveu, entre outros, Rio Turuna, Um Grão de Mostarda, A Morte do Homem Eterno, e Uma Sombra no Fundo do Rio, considerado por muitos críticos sua obra-prima.

Escritor, filólogo, romancista e ensaísta, Eli Brasiliense também foi jornalista.Em 1957, entrou para a Academia Goiana de Letras, da qual foi presidente de 1961 a 1964.

Carmo Bernardes

Carmo Bernardes da Costa nasceu em Patos de Minas, Minas Gerais em 2 de dezembro de 1915 e faleceu em 25 de abril de 1996, em Goiânia. Veio para Goiás, ainda criança, como conta Bariani Ortêncio “A saga do mineiro-goiano, mais goiano do que mineiro, iniciou em 1920, quando, com 5 anos de idade, arribou caminho de Patos de Minas”.

Contista, cronista, romancista, crítico de arte, Carmo Bernardes foi um dos maiores regionalistas goianos e um dos nomes mais expressivos da literatura sobre o Cerrado e o sertão do País. Foi Membro da Academia Goiana de Letras e recebeu prêmios internacionais de Literatura. Entre suas obras: Reçaga, Rememórias I e II, Vida mundo, Jurubatuba, Idas e vindas, Ressurreição de um caçador de gatos, Santa Rita, Nunila, Quarto crescente, Memórias do vento, Jângala: Complexo Araguaia, Força da nova.

Publicou dezenas de livros, estudos, participou do programa Frutos da Terra por muitos anos ensinando sobre o mato, o cerrado, o sertão, a culinária e o receituário sertanejo, ao lado de Bariani Ortêncio e Hamilton Carneiro. Publicou textos em todos os jornais goianos, notadamente no Cinco de Março, Diário da Manhã, O Popular e Folha de Goiaz.

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