Violência na escola

Caroline Arcari explica o papel do educador perante o bullying


Rolha de poço, foguinho, baleia assassina, quatro-olhos, nerd, ..., .... O tempo passa e a escola continua a mesma. Os mesmos apelidos, as mesmas situações se repetem diariamente em escolas de todo o mundo. Embora os famosos apelidos atribuídos a alguns indivíduos, normalmente relacionados à sua aparência física, pareçam inofensivos, apelidar e depreciar o colega da escola é apenas um dos inúmeros atos de violência praticados dentro das instituições de ensino.

Bullying é um termo de origem inglesa utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully) ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo em uma relação desigual de poder. Bullyng não tem tradução para o português mas o termo fica um pouco mais claro com a tradução de bully,que significa valentão, o autor das agressões.

Assim, bater, xingar, discriminar, isolar, intimidar, apelidar, dominar, humilhar, ofender, perseguir são ações que configuram o bullying. Um levantamento realizado pela ABRAPIA, em 2002, envolvendo quase 6 mil estudantes de 5a. a 8a. série  de escolas do município do Rio de Janeiro, revelou que aproximadamente 41% dos estudantes admitiram ter estado diretamente envolvidos em atos de bullying, seja como vítima ou como autor.

Este comportamento agressivo acontece em todo tipo de instituição de ensino, pública ou particular, rural ou urbana, de educação infantil ou ensino médio. Na maioria das vezes o autor do bullying é um aluno proveniente de família desestruturada ou violenta, que recebe pouca supervisão e limites por parte dos responsáveis e que costuma reproduzir, através de ações agressivas, seus sentimentos e sua realidade.

Já a vítima costuma ser pouco sociável, insegura, com problemas de auto-estima que é agravada pelas agressões e pela indiferença dos adultos que convivem com ela (professores e familiares). Mas não são somente a vítima e o autor que estão envolvidos nesse tipo de violência. As testemunhas, colegas que presenciam o bullying, também sofrem ao conviver com o problema e não poderem denunciar, com medo de se tornarem as próximas vítimas.

Consequências extremas podem acontecer quando não há intervenções eficazes, como vários casos de alunos que vão armados para a escola e atiram em professores e colegas. Os agressores, na maioria das vezes, foram vítimas de bullying durante muitos anos. Cabe aos pais e professores supervisionar a dinâmica da escola para evitar que os alunos pratiquem ou sofram a agressão. Um projeto pedagógico que priorize as relações interpessoais, a colaboração (ao invés de competição), a responsabilidade e o respeito à diversidade proporcionam um ambiente escolar agradável e propício ao desenvolvimento de valores humanos essenciais.

Além disso, é essencial que o corpo docente esteja informado sobre o bullying e sobre o papel do educador perante o ato, para que possa atuar com eficácia no combate e prevenção da violência. Da mesma maneira, um ambiente familiar equilibrado, disciplina e limites na educação dos filhos e diálogo constante são formas de prevenir e detectar situações de bullying, que só trazem conseqüências desastrosas para a formação da personalidade de quem o pratica ou sofre.

PARA SABER MAIS:
www.bullying.com.br

Por Caroline Arcari – disponível em www.edusex.com.br

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