Uma voz para quem não pode pedir ajuda

Aline Failla conta a história da ARPA, Associação Rio-verdense de Proteção Animal


Fisioterapeuta, Aline Failla sempre foi apaixonada por animais e ferrenha defensora de seus direitos. Ela é presidente da Associação Rio-verdense de Proteção Animal, e conta ao Rio Verde Agora um pouco da história dessa organização e de sua luta,

Qual o histórico da ARPA e como ela funciona?
Bom, comecei há aproximadamente 1 ano atrás a recolher animais das ruas, abandonados, machucados, sempre quis fazer isso desde pequena mas não podia... fui levando esses animais ao dr. Alberto Guerra, que não me cobrava consulta nem internações, apenas medicamentos e cirurgias, como fui ficando cheia de animais resolvi abrir uma página no Orkut, onde eu colocava a foto deles para adoção. Assim que alguém se interessasse eu ia até a casa da pessoa levar o animal. Depois foi ficando mais difícil, pois eram várias pessoas e não dava tempo de levar todos, eu queria sempre ter certeza se o animal seria bem tratado, por isso às vezes voltava à casa da pessoa para saber se estava tudo em ordem. Depois de um tempo uma revista daqui de Rio Verde me entrevistou, achou interessante e me colocaram na capa sem cobrar nada. Logo depois que saiu a revista meu Orkut começou a aumentar o número de amigos e minha ONG foi ficando mais famosa. Depois dei entrevista para um Jornal da Faculdade Objetivo depois pro jornal A Tribuna e depois pra TV Riviera.O sucesso foi tão grande que eu comecei a lotar de cachorros e as pessoas não estavam mais interessadas em adotar. Somente em me ligar pra falar que tinha algum bicho na rua. As coisas começaram a ficar mais difíceis,   algumas pessoas começaram a me tratar mau, dizendo que eu tinha obrigação, que eu era paga pra isso (sendo que é voluntário) mentiam pra mim, tinham condições de pagar, mas me ligavam dizendo que não tinha, que o animal morreria, eu ia correndo e buscava. Aí começaram a passar por cima de mim e eu quase larguei tudo, foi quando um advogado que convidou pra ser a nova presidente da associação de defesa dos animais que já existia em Rio Verde, mas estava desativada, pois a antiga presidente havia se mudado, eu aceitei, mas mesmo assim demoraram meses pra eu conseguir os documentos, consegui juntar algumas pessoas dispostas a ajudar e fazíamos  reuniões, mas não saía muita coisa, pois a diretoria não tinha sido escolhida. Até que finalmente conseguimos fazer uma assembléia, fomos escolhidos e hoje, as mesmas pessoas que me ajudavam antes fazem parte da diretoria.

Recebe apoio de alguma empresa/entidade?
Como citei acima, revistas e jornais já publicaram matérias sem cobrar nada, como a associação foi reaberta há alguns dias, não tivemos tempo de fazer campanhas para que as empresas e pessoas contribuam, mas isso será realizado em breve.

Quantas pessoas fazem parte da ARPA?
Fazem parte da diretoria 13 pessoas

Quais ações vocês desenvolvem?
Antes eu recolhia animais da rua, independente do local e estado do animal, hoje em dia a associação fará uma triagem para ver se o animal precisa realmente de tratamento, se a dona não tem condições de arcar as despesas, faremos campanhas para adoção, castração e conscientização em relação ao meio ambiente de uma forma geral.

Vocês já tiveram algum problema/inconveniente por defender os animais?
Problemas sempre irão existir, acontecem algumas coisas desagradáveis, como acusações, mentiras por parte das pessoas, como na campanha que a antiga diretoria fez, pessoas que tinham condições de castrar seu animal, levavam mentindo que o animal era da funcionária, algumas pessoas exigem muito, não entendem que o trabalho é voluntário, e que todos que participam da diretoria possuem outro emprego, outra profissão, então as pessoas pensam que temos que estar 100% dedicados, á todo momento e não é tão simples assim.

Quais são as suas principais bandeiras?
Acima de tudo defender quem não possui voz para pedir ajuda!

Como fazer para participar?
Vamos colocar 2 telefones à disposição da população, esses dois telefones ficarão com  duas secretárias, ainda não possuímos esses números por que foi tudo muito recente, mas se alguém se interessar pode mandar um e-mail para mim (alinefailla@hotmail.com). Prefiro não passar mais meu telefone pessoal, pois as pessoas não param de ligar e cobrar inclusive quando estou trabalhando.

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