Procuram-se ‘bons velhinhos’

En­ti­da­des e instituições pro­mo­vem cam­pa­nhas pa­ra ar­re­ca­dar brin­que­dos, ma­te­ri­al es­co­lar e ces­tas bá­si­cas em Rio Verde


Embaladas pelo espírito natalino, todo ano algumas empresas e entidades rio-verdenses mobilizam uma verdadeira corrente de solidariedade para arrecadar brinquedos e cestas básicas para famílias carentes da região. Enquanto a ideia prevalece apenas no Natal, o importante é incentivar a prática, sempre com o objetivo de que esse tipo de ação se estenda e passe a fazer parte do calendário durante todos os meses do ano.

Por esse motivo, a reportagem da Tribuna procurou  voluntários que estão debruçados desde o início de novembro no planejamento e na execução da arrecadação de presentes das mais diversas variedades para alegrar a noite de ainda mais pessoas na noite em que é celebrado o nascimento de Jesus Cristo.

Disseminar o encantamento natalino e manter viva a lenda do "Bom Velhinho" são alguns dos objetivos do projeto Papai Noel dos Correios. Com a participação dos mais de 110 mil empregados da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos em todo o País e de inúmeros outros ajudantes e padrinhos, a realização dos sonhos de crianças espalhadas por todo o território nacional se torna possível.

No último ano, a empresa recebeu cerca de 1,2 milhão de cartas destinadas ao Papai Noel. Deste total, quase 700 mil foram atendidas, graças a cidadãos e empresas que se sensibilizaram com os pedidos.

Gerente da agência central dos Correios em Rio Verde, Vinícius Barbosa Mendonça, comenta que o Papai Noel dos Correios é um projeto tradicional, que já existe há 20 anos. Segundo ele, apenas em 2010, cerca de 1.500 crianças rio-verdenses enviaram cartas para o Bom Velhinho, esperançosas de serem beneficiadas pelo projeto. Para este ano, a previsão é de que esse número ultrapasse as 2 mil correspondências. "Fizemos o último levantamento no final de novembro e já estávamos com 500 cartinhas. Quanto mais perto do Natal, mais cresce o número de pedidos", explica.
Para garantir o sucesso de mais uma edição do projeto, uma força-tarefa entre funcionários e carteiros colocou em prática, desde a última semana de novembro, um esquema de filtragem e separação das cartinhas. "Esse cuidado é fundamental por dois motivos: retirar aquelas que são enviadas mais de uma vez pela mesma criança, além de facilitar a tarefa para as pessoas que têm interesse em adotar, já que as cartas são separadas de acordo com os tipos de pedido", detalha Mendonça.

A sala da gerência na agência central já tem um cantinho ao lado da árvore de Natal, no qual caixas identificadas com três temas estão à disposição dos candidatos a padrinhos. São eles: materiais escolares, brinquedos e cestas básicas. "Nós deixamos previamente separados, mas a diversidade dos pedidos é muito grande. Há crianças que pedem desde aparelhos eletrônicos de última geração até itens como fraldas e material de construção", compara.

Ainda conforma o gerente, a estratégia das caixas possibilita é válida por facilitar a escolha dos padrinhos de acordo com a disponibilidade financeira de cada um. "Sabemos que alguns pedidos são inviáveis de ser atendidos devido aos preços dos presentes desejados, como notebooks, telefones celulares e televisores, mas eles são em minoria absoluta. Via de regra, as crianças querem carrinhos, motocas, bolas, bonecas, cadernos ou mochilas", exemplifica.

Finalizando, Mendonça informa que a arrecadação segue até o próximo dia 15 de dezembro, mas os carteiros desde o sábado anterior, dia 10, já vão às ruas para começarem as entregas: "Temos a facilidade de contar com o trabalho deles, que é feito diariamente e separado por bairros, o que facilita na divisão do serviço e na localização dos endereços para as entregas dos presentes." Portanto, quem quiser colaborar com a iniciativa pode procurar a agência central dos Correios, escolher a cartinha que pretende  apadrinhar e deixar o presente no local até o dia 15.

Contra a fome
A Subseção de Rio Verde da Ordem dos Advogados dos Brasil (OAB) é uma das entidades que estão seguindo o caminho da solidariedade natalina, por meio da campanha "OAB Solidária". Desde o dia 10 de novembro, os advogados estão realizando a arrecadação de cestas básicas para serem repassadas a famílias rio-verdenses de baixa renda.

De acordo com o presidente da subseção, Mardem Douglas Araújo Borges, uma parceria feita com um supermercado da cidade possibilitou a confecção de cestas no valor de R$ 40, o que facilita a aquisição para todas as pessoas interessadas em ajudar. "O preço ficou bom e a praticidade ajuda", resume.

Borges revela que a decoração da árvore de Natal da entidade vai depender do sucesso da iniciativa: "Compramos uma árvore de dois metros e meio de altura, sendo que colocamos um novo enfeite nela, à cada nova cesta recebida. Quero deixar a estrutura pronta para que essa campanha persista mesmo após o fim da nossa administração", assegura.

Na opinião do advogado, esta trata-se de uma campanha de extrema importância tanto pela sua ação social como pela oportunidade de reflexão que é proporcionada por ela à classe. "Nós passamos o ano inteiro correndo e, muitas vezes, não olhamos para o lado, para as necessidades de outras pessoas. Com essa iniciativa, temos a oportunidade de refletir e contribuir para que algumas famílias tenham pelo menos uma refeição farta neste dia tão especial do ano."

Inspirados pelos exemplos de cidadania e solidariedade deixados por um professor falecido em 2004, os alunos do segundo período da Faculdade de Direito estão promovendo a oitava edição da Campanha Fraterna Hermes Pereira Dourado. A iniciativa, válida para os acadêmicos como projeto de extensão, também conta com o apoio do Studio Cristina Mendes, que irá promover um show beneficente de dança do ventre.

O evento será realizado na próxima quarta-feira, dia 7, às 20h, no auditório do Senac, e os ingressos custarão 2 kg de alimentos não perecíveis. "O nosso slogan é 'Arte e educação unidos por uma boa ação' e temos certeza de que tudo o que for arrecado será destinado a pessoas que realmente estão precisando de ajuda. Todas as famílias que serão beneficiadas já foram cadastradas e passaram por triagem feita por uma assistente social. Nada melhor do que se divertir e ainda poder fazer este gesto solidário", convida a professora de dança.

Por Marisa Coutinho – Publicado no Jornal Tribuna do Sudoeste

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