Por que precisamos do psicólogo para fazer a cirurgia da obesidade?

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Quando uma pessoa pensa em se submeter a uma cirurgia para emagrecer, normalmente procura primeiro o cirurgião. O que essa pessoa talvez nem imagine, é que o médico irá lhe pedir uma série de exames para avaliar se este paciente se encontra em condições físicas e emocionais para um procedimento de grande porte como a cirurgia bariátrica, mais conhecida como “redução de estômago”.

É preciso, antes da cirurgia, avaliar se a pessoa está em condições psíquicas e emocionais favoráveis para a realização da intervenção cirúrgica, bem como, se ela compreende todos os aspectos decorrentes do pré e pós-cirúrgico (conhecimentos sobre a cirurgia, riscos e complicações, benefícios esperados, exames e seguimentos requeridos a longo prazo, conseqüências emocionais, sociais e físicas, bem como, a responsabilidade esperada).

Sendo assim, gostaria de estrear esta coluna respondendo algumas dúvidas que as pessoas tem com relação a esta cirurgia:

Qual é a importância da consulta e da avaliação psicológica antes da cirurgia?
Quem vai se submeter a esta cirurgia deve, antes, passar por uma consulta psicológica que é composta por uma bateria de testes psicológicos e avaliação criteriosa por parte do psicólogo (para elaboração do laudo pré-cirúrgico). Essa avaliação tem o objetivo de verificar se a pessoa está apta emocionalmente para a intervenção cirúrgica. Ao contrário do que se pensa, não tem a intenção de proibir ninguém de ir para a cirurgia. Na verdade é mais um dos vários exames que o cirurgião pedirá ao paciente antes de operar. A cirurgia pode ser contra indicada pelo psicólogo quando for detectada alguma psicopatologia grave, como por exemplo, um transtorno alimentar como a bulimia ou quando não tiver condições intelectuais de entender o processo pelo qual será submetido, já que o entendimento e colaboração do paciente serão fundamentais para se obter bons resultados no pós-cirúrgico. Lembrando que para esta avaliação, é preciso procurar um profissional especializado, experiente, que conheça o procedimento e tenha uma boa relação com a equipe médica. Somente alguns psicólogos realizam esse tipo de avaliação.

E depois da cirurgia, qual o papel do psicólogo? Por que o acompanhamento?
Após a cirurgia, o psicólogo também exerce um papel fundamental no acompanhamento do paciente, já que este terá que adaptar-se a um novo estilo de vida completamente diferente ao anterior. Se o corpo muda, a “cabeça” também precisa mudar, e é aí que entra o psicólogo.

O que muda na cabeça do ex-obeso?
Depois da cirurgia, o ex-obeso tem que aprender a lidar com uma nova realidade, um novo corpo e uma nova “cabeça”. As mudanças não são poucas na vida de quem deixa de ser obeso mórbido. Quem opta pela cirurgia deve saber que está optando por enormes mudanças internas e externas (físicas e emocionais), mas também está optando por uma vida com mais qualidade. A psicoterapia ajuda na reorganização desta nova vida em um corpo inevitavelmente diferente.

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