O bicho: colesterol em cães

A veterinária Mariana Paz Rodrigues traz para os leitores do Rio Verde Agora dicas de como cuidar de seu animalzinho de estimação


A alimentação dos cães é um dos itens mais importantes que contribuem para a boa saúde. Antigamente não se tinha cultura de alimentar cães e gatos com ração, geralmente eram utilizados outros alimentos como carne, arroz e polenta. Com o passar dos anos, foi-se aprofundando o conhecimento sobre nutrição animal e hoje é consenso que a ração é a melhor forma de manter os pets saudáveis.

Algumas raças apresentam uma certa tendência ao acúmulo de gorduras, por isso esses animais requerem uma atenção especial. Pensando nisso foram desenvolvidos vários tipos de ração especificas para cães com tendência à obesidade, apresentando reduzido teor de gorduras e sal, assim como aquelas rações especifícas para cada raça. Da mesma forma que os homens apresentam múltiplos comprometimentos corporais pelo excesso de peso, o cão não é muito diferente. Pode apresentar desde problemas respiratórios até alterações cardíacas por conta do sobrepeso. Uma das conseqüências disso é o aumento do colesterol sanguíneo por conta de uma dieta inadequada e seu acúmulo nos vasos sanguíneos podendo ocasionar infartos e acidentes vasculares cerebrais (avc).

O colesterol é um importante constituinte das membranas celulares, tem importante ação no funcionamento hepático, na síntese e metabolismo de algumas vitaminas e hormônios. A excreção do colesterol se dá pelas fezes, mas vale lembrar que no intestino ocorre também a reabsorção do mesmo, por isso sempre há indicação de ingestão de fibras. O colesterol apresenta funções importantes no metabolismo corporal, mas o seu excesso deve ser controlado e evitado.

Os fatores que contribuem para o aumento do colesterol em cães incluem uma alimentação inadequada com comida caseira, muitos petiscos, alimentos com presença de gordura trans, entre outros. Fatores genéticos e algumas doenças também têm sua parcela de contribuição na elevação do colesterol. O hipotireoidismo (funcionamento insuficiente da tireóide) pode levar ao aumento dos níveis de colesterol no sangue do animal. Neste caso também temos algumas manifestações típicas da doença como aumento de peso, rarefação do pêlo, descamação da pele, cansaço, sonolência, entre outros.

O indicado para evitar que seu cão apresente níveis de colesterol elevados incluem a alimentação com ração superpremium, não exagerar nas porções evitando o sobrepeso. A realização de atividade física é muito importante para propiciar condicionamento cardíaco e respiratório ao animal. Sempre se manter atento aos sinais que o cão manifesta e diante de alterações procurar atendimento veterinário. O tratamento de hiperlipidemia envolve dois tipo de de abordagem, a dietoterapia e a farmacoterapia. As drogas utilizadas tanto reduzem a concentração de colesterol no sangue, como previnem a formação de placa e ou reduzem a progressão delas em vasos sanguíneos. Mas a dieta continua sendo primordial para que se atinja o sucesso terapêutico nos casos de hipercolesterolemia.

Esteja atento ao estado corporal de seu animal e em seu comportamento. Desde cedo o integre a uma rotina saudável com alimentação balanceada e exercícios físicos regulares a fim de evitar quadros de acúmulo de colesterol. E caso ele venha a apresentar uma das patologias que levam o aumento do colesterol no sangue, lembre-se que existem meios de realizar o controle evitando assim que se torne danoso e procure sempre o médico veterinário de sua confiança.

Por Mariana Paz Rodrigues

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