Consultório virtual: tristeza e depressão no fim de ano

Kátia Beal responde as perguntas dos leitores do Rio Verde Agora


Todo final de ano me sinto triste, com uma sensação de angústia, um sentimento que não sei explicar muito bem. Quando falo às pessoas que não gosto dessa época, de Natal, de compras, de festas, elas não entendem, falam que eu deveria gostar, que é um época feliz, de encontrar as pessoas, de trocar presentes. Por que isso acontece?
Lídia, 32 anos

Lídia, todo começo de ano, é uma tendência das pessoas fazer planos, traçar metas, iniciar projetos e trabalhar com a expectativa “nas alturas”. Nesse período em que estamos, com a proximidade do final do ano, começamos a fazer uma retrospectiva, a avaliar nosso desempenho. O que realmente realizamos?  O que ficou só nos planos?  O que ficou abaixo das expectativas? Onde obtivemos sucesso e onde fracassamos ou falhamos? Dependendo do resultado de nossa auto-análise, podemos ficar felizes ou entrar num estado de ansiedade, de depressão e angústia. Muitas pessoas sofrem com sentimentos que muitas vezes não conseguem nem nomear, por isso a “sensação ruim” que não se consegue explicar. A esses sentimentos nomeamos “depressão de natal e de fim de ano”, que é sazonal, ou seja, é temporária, passa junto com a época, passa depois das festas.

Há outro fator que contribui para isso. Para muitas pessoas, a Festa de Natal representa o encontro com familiares com os quais elas não têm boas relações, que evocam emoções difíceis de lidar. Muitos reclamam das cobranças familiares. Como todo mundo se reúne, é inevitável ter que lidar com as comparações, do tipo quem produziu mais nesse ano, quem estudou, quem recebeu aumento de salário, quem foi promovido, quem namorou, quem casou, quem teve filho, quem passou de ano na escola, quem entrou em férias mais cedo, quem não ficou de recuperação, enfim, coisas que acontecem em toda família, mas que para quem não sabe lidar bem com isso, para quem é mais vulnerável ou não considera que tenha “crescido”, tido sucesso durante o ano, sofre demais.  Somado a isso, vem o stress de fim de ano, os presentes a comprar, a correria, lojas e shoppings lotados, as festinhas de confraternização do trabalho, os amigos secretos, etc...

Mas o que pode ser feito para amenizar a depressão de Natal e Fim de Ano?

O primeiro passo é tentar não assumir mais compromissos do que se pode cumprir. Eleja prioridades. O segundo passo a ser dado é fazer uma auto-análise consciente e realista. Reveja as metas propostas no início do ano, e conscientemente, perceba o quanto extrapolou nas intenções. Aí sim, após um exame realista, compare com o que você realizou durante o ano. O terceiro passo aplica-se à festa de Natal propriamente dita. Tente encarar os familiares com os quais você tem relações difíceis de uma forma diferente.
Prepare-se para o encontro: tente perceber porque eles o incomodam, se as cobranças partem deles ou se é você mesmo que se cobra um determinado desempenho, e não conseguindo alcançá-lo se incomoda com isso. Se desarme e vá para festa de coração aberto. Seja feliz e pare de se preocupar com o que os outros pensam de você. O que os outros pensam de você é problema deles. Seja autêntico!!!
Um Natal abençoado para todos os leitores do www.rioverdeagora.com.br

Kátia Beal
Psicóloga e Psicoterapeuta
katiabeal@gmail.com

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