Consultório virtual: tabagismo

A psicóloga Kátia Beal fala sobre os mais variados temas aos leitores do Rio Verde Agora


O tabaco é originário da América. Os índios já usavam 7 mil anos antes de Cristo e introduziram os europeus nessa prática.

O cigarro hoje é a segunda causa de morte prematura e a primeira evitável, tendo causado ao longo do século passado mais de 100 milhões de mortes. Segundo a Organização Mundial da Saúde, há cerca de 1,2 bilhões de fumantes no mundo todo.  Estima-se que no Brasil cerca de 25% dos adultos fumem. O número de mortes corresponde entre 80 e 200 mil por ano. Os fumantes morrem, em média, 10 anos mais cedo que os não-fumantes. As doenças mais comuns relacionadas ao cigarro são: infarto, doenças das vias respiratórias, bronquite, enfisema, câncer de pulmão, de boca, faringe, laringe, esôfago, estômago, pâncreas e bexiga. Além de gengivites, osteoporose e impotência sexual.

O tabagismo está classificado pelo DSM-IV (Manual Estatístico e Diagnóstico dos Transtornos Metais) entre os transtornos decorrentes do uso de substâncias psicoativas.

A idade média em que as pessoas começam a fumar é aos 14 anos, sendo que 90% dos fumantes começam a fumar na adolescência. O tabagismo é uma doença crônica e a maior parte dos fumantes não consegue parar de fumar sem ajuda.

O tratamento do tabagismo inclui: aconselhamento, suporte social e medicamentos.

O aconselhamento deve ser feito por um psicólogo, preferencialmente que aplique técnicas cognitivo-comportamentais, e visa treinar o fumante a desenvolver habilidades em detectar quais são as situações em que há maior risco de recaída. O terapeuta irá ajuda-lo a identificar e antecipar-se a elas e a evitá-las quando possível. Pode ser realizado individualmente ou em grupo.

O suporte social engloba o estímulo e apoio da família e dos colegas de trabalho.

Os medicamentos aumentam em 1,5 a 2 vezes a chance de sucesso na tentativa de parar de fumar. Dois tipos são os preferidos pelos médicos: a reposição de nicotina e a prescrição de bupropiona. A reposição de nicotina consiste na substituição do cigarro por medicamentos à base de nicotina, buscando uma redução gradual da dosagem. Esses medicamentos são muito menos tóxicos do que o cigarro, uma vez que contem apenas nicotina. O risco de dependência é muito pequeno, porque a dose é baixa e a absorção de nicotina é muito mais lenta.

As formas de reposição de nicotina disponíveis no Brasil são a goma de mascar e os sistemas transdérmicos, os conhecidos adesivos, que podem ser vendidos sem prescrição médica.

A bupropiona é um antidepressivo, e por esta razão necessita de prescrição e acompanhamento médico.


Referências
Abreu, Cristiano Nabuco e cols. Síndromes Psiquiátricas. Diagnóstico e Entrevista para Profissionais de Saúde Mental. Porto Alegre: Artmed, 2006.

Kátia Beal
Psicóloga – CRP 04/36616
Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental (UFU)
Uberlândia – MG
katiabeal@gmail.com

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