A psicóloga Kátia Beal responde pergunta da leitora do Rio Verde Agora

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Sou casada há 5 anos, e tenho muito ciúme do meu esposo. Brigamos inúmeras vezes por conta do meu ciúme doentio. Ultimamente não consigo ficar em paz nem quando ele vai trabalhar. Constantemente observo seu celular em busca de mensagens ou registros de ligações. Temo muito pelo meu casamento, o que posso fazer para me livrar desse sentimento que tanto afeta minha relação?
Jane, 32 anos

Jane, o ciúme é o medo, o sentimento de apreensão que cultivamos relacionado à possibilidade de sermos abandonados, rejeitados, menosprezados, de não sermos mais amados e de sermos traídos. O ciúme é uma emoção experimentada por homens e mulheres que percebem que o amor, a afeição e a atenção do parceiro estão sendo encaminhados a uma terceira parte, quando julga que estas oportunidades deveriam estar sendo-lhes oferecidas.

Quando o medo de perder o parceiro para outra pessoa é exagerado se instala a desconfiança excessiva e infundada que provoca um desgaste enorme no relacionamento. A pessoa se sente ansiosa ou deprimida, com raiva, insegura, apresentando um modo distorcido de vivenciar o amor, sempre experimentando sentimentos como desconfiança e autoestima muito rebaixada, tendo como defesa um comportamento impulsivo.

Ciumentos tem comportamentos obsessivos como a confirmação de onde o parceiro está, e se está mesmo com quem disse que estaria; abrem correspondências e ouvem telefonemas; mexem no celular pra encontrar possíveis provas como ligações ou troca de mensagens, examinam bolsos, bolsas, carteiras, recibos, roupas íntimas. Seguem o companheiro. Até contratam detetives particulares para vasculhar o dia-a-dia dele ou dela.

Toda essa tentativa de aliviar sentimentos, por mais que seja vista como ridícula pelo próprio ciumento, não ameniza o mal estar da dúvida. Na relação amorosa com uma pessoa ciumenta, o sujeito tem que se vigiar o tempo todo, não pode relaxar nem ter amigos. Qualquer movimento fora do que ocorre no cotidiano pode ser fatal. Se quiser ter amigos, que sejam do mesmo sexo, e às vezes nem estes são bem vindos. Muitos, inclusive, impedem que o outro trabalhe fora ou estude. O ciumento muitas vezes se incomoda até com os pensamentos e sonhos da outra pessoa.

O ciúme pode também ser fruto de uma profecia autorealizada, isto é, o parceiro tem que ser vigiado e controlado o tempo todo porque senão trairá. Isso pode acabar levando à traição mesmo. Quem não tem liberdade acaba ressentido e abrindo caminhos para uma relação paralela, em que a compreensão e o respeito estejam presentes e o que tanto se temia acaba acontecendo.

Procure identificar a causa do ciúme e usar esse sentimento como sinal de alerta. Ao perceber que está sendo tomado por ele, é importante se dar conta disso, olhar para dentro de si e buscar os recursos necessários, que pode ser uma psicoterapia, para a proteção do seu equilíbrio emocional, bem como assegurar o bem estar da relação. O psicólogo irá ajudá-la a identificar as causas do seu ciúme, que pode ser por insegurança, por já ter sido traída, por baixa autoestima, entre inúmeras causas, para que possa compreendê-las e elaborá-las a fim de melhorar o relacionamento conjugal.

Se você tem alguma pergunta, alguma dúvida, algum problema ou algum conflito que esteja com dificuldade de resolver, você pode enviá-los para o e-mail da psicóloga Kátia Beal katiabeal@gmail.com que iremos responder na próxima semana aqui no www.rioverdeagora.com.br

*Se preferir, as perguntas podem ser feitas de maneira anônima, ou substituiremos o seu nome para garantir o sigilo e preservar a sua identidade.