Bullying em Rio Verde

A psicóloga Kátia Beal responde a pergunta de leitora do Rio Verde Agora


Meu filho de 12 anos revelou a mim e a seu pai nesta semana que vem sendo vítima de bullying. Fomos à escola, mas esta se posicionou de maneira um pouco neutra. Fiquei muito preocupada. Quais as conseqüências para quem sofre com o bullying? Pensamos em mudá-lo de escola. Será que isso resolveria o problema?

Lilian, 38 anos


Lilian, o bullying pode ter várias conseqüências psicológicas e comportamentais. Normalmente a vítima do bullying tem baixa autoestima ou encontra-se em situação de desigualdade. Os motivos escolhidos pelo agressor podem ser a aparência física (quando um colega é baixinho, ou acima do peso, ou usa óculos, entre outros), ou ainda com relação ao comportamento (timidez, por exemplo).

As vítimas de bullying podem apresentar diversos sintomas físicos que prejudicam as atividades na escola como dor de cabeça constante, cansaço crônico, insônia, dificuldades de concentração, náuseas, vômitos, diarréia, boca seca, palpitações, alergias, crise de asma, sudorese, tremores, tonturas, desmaios, sensação de nó na garganta, calafrios, tensão muscular ou formigamentos.

Muitos podem ainda desenvolver transtornos psicológicos como transtorno do pânico, fobia escolar, transtorno de ansiedade social (fobia social), transtorno de ansiedade generalizada, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), transtorno do estresse pós-traumático (TEPT), depressão, transtornos alimentares (anorexia e bulimia) e em quadros menos freqüentes, mas esquizofrenia, suicídio ou homicídio.

Isso claro, que os transtornos não se desenvolvem única e exclusivamente em conseqüência do bullying. Para que ocorra um transtorno é preciso que haja anteriormente uma predisposição genética e ambiental para isso. Falamos também em suscetibilidade e vulnerabilidade emocional.

Quanto à trocar de escola, isso é relativo. Mudar de escola, na minha opinião, é  uma última saída. As marcas do bullying não se apagam simplesmente com a mudança de escola. O padrão de comportamento de uma pessoa não muda com a mudança de ambiente, e seu jeito de ser pode fazer com que seja atacada em qualquer lugar. O problema, neste caso, vai junto para a nova escola, pois o bullying está relacionado com padrões de comportamento (como já citados anteriormente quando explicamos sobre a vítima típica) que predispõe uma pessoa a ser vítima. Nestes casos, antes de partir para uma medida extrema, como a mudança de escola, é importante que os pais procurem um atendimento psicológico de orientação comportamental para desenvolver e instalar novos repertórios comportamentais, mais assertivos e mais funcionais, proporcionando o aumento da autoestima e da autoconfiança.

Grande abraço a todos a até a próxima semana...

Se você tem alguma pergunta, alguma dúvida, algum problema ou algum conflito que esteja com dificuldade de resolver, você pode enviá-los para o e-mail da psicóloga Kátia Beal katiabeal@gmail.com que iremos responder na próxima semana aqui no www.rioverdeagora.com.br
   
*Se preferir, as perguntas podem ser feitas de maneira anônima, ou substituiremos o seu nome para garantir o sigilo e preservar a sua identidade.

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