Valorização de imóveis desacelera em Goiás

Redução no número de lançamentos equilibrou demanda e, embora menor, rentabilidade continua em alta


O ritmo de valorização do mercado imobiliário goiano desacelerou, mas continua em fase ascendente este ano. Na média de dez meses, encerrada em outubro, os imóveis mostraram ganho de 3,1% sobre o mesmo período do ano passado. Nos últimos anos, os imóveis vinham em uma escala crescente com índices bem superiores aos deste ano. Os dados foram divulgados ontem pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Estado de Goiás (Ademi-GO).

Entre 2010 e 2011, o setor observou crescimento de preços da ordem de 16,6%, no período seguinte o percentual saltou para 17,1%. Daí em diante, iniciou um período de desaceleração, crescendo em taxa de 9,9% entre 2012 e 2013. A pesquisa mostra que, apesar de valorizar em taxas menores, o imóvel continua proporcionando mais rentabilidade dos que outras aplicações.

De janeiro de 2010 a novembro de 2014, a valorização média do imóvel foi de 54,8%, acima dos rendimentos como poupança (37,7%) e arroba do boi (31,5%). A inflação pelo IGP-M ficou em 35,8% no período.

O metro quadrado médio na região metropolitana está em R$ 4.403,41 em outubro de 2014, dado mais atualizado da pesquisa. Continua sendo um dos menores do País, segundo informações do economista-chefe do Secovi de São Paulo, Celso Petrucci, que também participou da coletiva e apresentou o panorama nacional do mercado imobiliário. Ele informou que, no Brasil, há demanda de imóveis para os próximos dez anos, tomando como base o déficit habitacional, volume de casamentos e divórcios.

Estoque caiu quase 30% em 4 anos
Nos últimos quatro anos, o estoque de imóveis caiu consideravelmente na Região Metropolitana de Goiânia. Em dezembro de 2010, existiam 13.195 unidades (casas e apartamentos) concluídas ou em construção à venda. Esse número caiu para 9.289 em outubro de 2014, queda de 29,6% no período. O total de apartamentos ficou em7.469 mil.

A queda foi avaliada como positiva e fundamental para o equilíbrio do mercado imobiliário pelo empresário Renato Correia de Sousa, presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Estado de Goiás (Ademi-GO). Ontem, ele apresentou o desempenho do setor imobiliário, feito em parceria com o Grupom.

“Posso assegurar que o mercado imobiliário goiano vive uma fase muito mais saudável do que em 2010 e 2011, quando vivemos o boom e operamos acima de nossa capacidade. Tivemos dificuldade com mão de obra, falta de materiais de construção, entre outros entraves”.

Os estoques caíram porque as empresas lançaram menos nos últimos dois anos. De 76 empreendimentos lançados em 2010, caiu para 24 em 2014. Em paralelo, as vendas no período foram responsáveis por reduzir as ofertas. Só os imóveis novos, prontos para morar, diminuíram em 40%. “Este é o ciclo natural do mercado. Agora, com o estoque reduzido, estamos prontos para um novo momento em 2015 de novos lançamentos sem comprometer o equilíbrio do mercado”, disse.

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