Trabalho que deve perpetuar

Preocupação com o interesse da família em perpetuar o trabalho no campo tem o apoio de profissionais e empresas que lidam com produtores rurais


Pesquisa encomendada pela PWC Consultoria mostra que apenas 5% dos negócios geridos entre família chegam à terceira geração, devido às dificuldades na divisão de patrimônio e resultados. Por isso, é crescente a preocupação de produtores em estimular os herdeiros a prosseguir com as realizações alcançadas.

O pecuarista Luciano Leão, de 64 anos, de Itajá (a 420 km, no sudoeste de Goiás), tem a preocupação em orientar da melhor forma possível os dois filhos para que o patrimônio, "que demandou tanto sacrifício", se perpetue na família. "Meus filhos já trabalham comigo na fazenda, mas quero que eles tenham muita informação e orientação, para dar tudo certo", afirma.

Luciano Leão esteve com o filho Leandro de Assis Leão, de 29 anos, na palestra sobre "Sucessão família - valorizando o passado para construir o futuro", do engenheiro agrônomo José Ney Vinhas, na tarde desta terça-feira (9), durante a Tecnoshow Comigo 2013. "Vou dar seguimento aos negócios do meu pai na mesma linha, mas com maior tecnologia agregada", afirma Leandro.

Segundo José Ney, a sucessão familiar deve ser planejada, e os tabus que a cercam, devem ser quebrados o quanto antes para que o negócio se perpetue efetivamente. "De nada adianta ter uma geração que passa sacrifícios, sem ter continuidade", comenta.

Na região Ponte de Pedra, próximo a Rio Verde (a 235 km, no sudoeste de Goiás), a família de Antônio Salib, de 58 anos, tem a preocupação de dar seguimento ao que ele conquistou, sem perder de vista a tecnologia. "Precisamos estudar e procurar melhorar a produção da fazenda, mas sem desvalorizar as conquistas do meu pai", afirma Natália Couto, de 20 anos, também presente com o pai na palestra de José Ney.

Conflitos
Segundo José Ney, entre os problemas que devem ser observados e solucionados o quanto antes nas propriedades, estão trabalhos de herdeiros não remunerados, horas extras não reconhecidas e outras questões que parecem resolvidas para uns, mas que podem renascer no futuro.

A remuneração é outro item que deve ser observado com atenção, pois deve obedecer aos critérios do mercado de trabalho e não ao emocional de responsável pelo cargo. "Determinar o salário de um filho ou sobrinho não é fácil, mas deve ser justo", esclarece José Ney.

Determinar a nomeação das escrituras de novas áreas, decidir se divide ou não o patrimônio, reinvestir em novas tecnologias ou distribuir o resultado também são conflitos familiares que devem ser observados para não comprometer a sucessão. Os custos de sucessão e tributação são importantes, pois custam 10% do valor de todo o patrimônio da família, distribuídos entre impostos e honorários de advogados.

Ascom - COMIGO

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