Plano contra as pragas

Estado se une para criar plano estratégico contra as pragas Helicoverpa armigera e Mosca Branca


Para reverter o impacto causado pela lagarta Helicoverpa armigera em Goiás, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação de Goiás (Seagro) se reuniram com entidades do setor, no dia quatro de junho, na sede da Faeg. Segundo a doutora Rossana Serrato, da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), será criado um plano emergencial para manejo e controle da Helicoverpa armigera.

Rossana explicou que a Agrodefesa vai criar um grupo de trabalho que envolve instituições públicas e privadas para a criação do plano. “Temos que trabalhar para diagnosticar a praga, fazer uma identificação oficial e realizar o mapeamento de onde a praga está presente.” Para Rossana, o primeiro passo é repassar ao setor produtivo a real situação da praga no estado hoje. “Sem informação, nada é resolvido. Precisamos criar workshops com o setor e detalhar quais os impactos da Helicoverpa armigera na produção”.

A professora doutora da Universidade Federal de Goiás, Cecília Czepak, explica que o cenário atual é preocupante. “A praga já foi constatada em diversas áreas do estado. E um detalhe que foi observado, é que ela não está somente no tomate e na soja, mas em praticamente em todas as culturas de interesse econômico.” Ela alerta que na próxima safra, os produtores podem esperar uma população ainda maior dessa praga.

A professora detalha que alguns motivos influenciaram para que a Helicoverpa armigera tenha se alastrado de forma exagerada nas regiões onde já foi identificada. “As condições climáticas do Brasil cooperam para esse aumento. Aqui nós temos um clima tropical extremamente favorável e a lagarta se adaptou muito bem.” Outro fator determinante é a capacidade reprodutiva. Cecília explica que uma fêmea consegue colocar até 1,5 mil ovos, além de poder migrar até mil quilômetros durante seu ciclo de vida. “A lagarta tem uma grande polifagia, que é a alimentação diversificada. Hoje, existem cerca de 180 espécies hospedeiras da praga”, conta. Segundo Cecília, apesar dos casos da lagarta terem sido identificados nos últimos meses, é provável que a Helicoverpa armigera já esteja no Brasil, e em Goiás, há mais tempo. “A constatação dela atacando as culturas já existia antes, provavelmente há uns quatro anos.” Para ela, a proliferação começou aos poucos e foi facilitada pela alta capacidade competitiva da espécie e as condições favoráveis encontradas no país.

Na reunião também foi discutido o caso da Mosca Branca (Bemisia tabaci), praga que vem causando prejuízos aos produtores do Entorno de Brasília. A praga já foi responsável por grandes perdas nas culturas do feijão e da soja, além de aumentar consideravelmente os custos de produção, devido ao aumento do uso dos inseticidas.

Entre os principais métodos apresentados para a minimização dos problemas gerados pela praga, está a instalação de um vazio sanitário para a cultura do feijão, nas regiões afetadas, visando diminuir a pressão de ataque da Mosca Branca.

Leydiane Alves – Foto: Mendel Cortizo – Gerência de Comunicação do Sistema Faeg/Senar

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