Pecuária 2014: um juiz com muita história

Juiz de montarias no Rodeio de Rio Verde já fraturou a coluna duas vezes


Entre os diversos profissionais contratados para trabalhar no rodeio da Expo Rio Verde 2014, estão os juízes, responsáveis pelas notas. Na arena seis dos melhores do Brasil, alguns até, com experiência internacional.

Estreante em Rio Verde, o ex-competidor Paulo Crimber, de Olímpia, São Paulo, é um destes que já julgou fora do Brasil. Paulo tem uma história vitoriosa como competidor, hoje com 34 anos, iniciou a carreira como montador de touros no anos de 1997. Casado com Maria Amélia Crimber há 13 anos, e pai de dois filhos, João Crimber, 08 anos, e Helena Crimber, 05 anos,  mora no interior de São Paulo, na cidade de Olímpia.

Paulo ganhou a primeira moto montando em touros aos 17 anos. Ao todo, foram nove motos e seis carros. Crimber teve uma carreira curta nos Brasil. Em 1998, participou do rodeio classificatório em Barretos, foi campeão e ganhou vaga no rodeio internacional. Era uma etapa da PBR/USA, e lhe ofereçam um cartão internacional para comprar. “Eu nem sabia direito o que era simplesmente comprei” disse. Neste mesmo evento em sua primeira participação no maior rodeio do Brasil, Barretos, ele foi vice-campeão, e o cartão que ele comprara sem saber, era o passaporte para uma carreira de 12 anos nos EUA.

Na América, montou em 171 eventos da PBR – Professional Bull Riders onde ganhou mais de um milhão de dólares. Disputou 10 finais mundiais pela PBR e foi vice-campeão uma vez. Fez história também na PRCA – Professional Rodeo Cowboys Association, maior e mais antiga associação de rodeio, onde ganhou a final – NFR – National Finals Rodeo e foi também vice-campeão mundial no ano de 2004, sendo o segundo brasileiro na história a conseguir vaga na mais antiga associação de rodeio.

A história como juiz de rodeio iniciou de maneira trágica. Em fevereiro de 2008, após um montaria fraturou a primeira vértebra da coluna a C1. O que lhe deixou cinco meses parado. Quando retornou na cidade de Orlando, para a primeira montaria, após cair do touro Roughneck, o mesmo caiu por cima de Paulo. Desta vez a contusão foi mais grave, quebrou três costelas, a clavícula, e fraturou a segunda vértebra que o deixou três anos fora das arenas. “Foi praticamente um milagre, a cada um milhão de casos desses, só um sai ileso, eu sou um desse, tenho só que agradecer a Deus por estar vivo e com saúde para contar esta história” explica.

Neste período foi lhe dada à oportunidade aqui no Brasil, para Paulo Julgar.  Logo que a PBR/EUA, soube, o convidou para atuar nas divisões de acesso do campeonato mundial e posteriormente nos principais eventos. Como os juízes são escolhidos pelos próprios peões, através votação, na oportunidade Paulo foi escolhido entre os quatro melhores juízes da temporada 2010 para julgar a final mundial – PBR Finals em Las Vegas.

Chegou a voltar a montar, em 2011, mas encerrou a carreira no mesmo ano, mudou-se em definitivo para Brasil onde se dedicou a carreira de juiz.

Já julgou rodeios em Goiânia, Colorado, Copa do Mundo da PBR em Barretos, onde este ano completa o quinto ano como juiz, o mesmo período que julgou Americana entre tantos outros rodeios.

Sobre a estreia em Rio Verde, o nível do rodeio, com tropeiros e competidores de qualidade, disse o juiz: “ao mesmo tempo em que é mais fácil, por ter competidores renomados e touros extremamente qualificados, fica difícil também porque o nível é muito igualado, requer toda atenção necessária”.

Por Eugênio José - Colunista e Comentarista Esportivo de Rodeio, Bicampeão Nacional do Rodeio Universitário,  Especialista em Coberturas de Rodeios

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