Fórum Soja Brasil abordou clima, mercado e sustentabilidade

Problemas que os produtores vêm enfrentando foram abordados


Produtores rurais, profissionais e estudantes puderam esclarecer dúvidas sobre as previsões climáticas, mercado da soja e agricultura sustentável no 3º Fórum Soja Brasil – Safra 2016/17, realizado em Rio Verde (GO), nessa quarta-feira (30). Mais de 300 pessoas participaram do evento, promovido pelo Canal Rural e Aprosoja Brasil, com parceria local da Aprosoja-GO, Sistema Faeg/Senar e o Sindicato Rural do município.

A abertura foi realizada pelo presidente do Sindicato Rural, Luciano Guimarães, que destacou a importância da participação dos jovens no agronegócio e brincou que “os cabelos pretos de vocês são os nossos de antigamente, que agora estão brancos”. Guimarães agradeceu a presença de todos e enfatizou a importância de acontecimentos com a grandiosidade do fórum. “Conhecimento nunca é demais, precisamos estar antenados, uma vez que todos os dias surgem novos desafios em nossa área”.

O presidente da Aprosoja Brasil, Marcos da Rosa, abordou o crescimento que o País pode ter em pouco tempo na área de soja e enfatizou que para isso acontecer falta pouco. Ele explicou que o Brasil possui 61% de terras preservadas e que 8% é utilizada com agricultura, sendo 3,5% com o cultivo da soja. “Temos a possibilidade de aumentar a produtividade rapidamente e descobrir onde estamos errando é o primeiro passo, se com 3,5% de áreas produtivas no País já causamos estragos, imaginem quando dobrarmos esse número”, afirmou Rosa.

Outro destaque da abertura do evento foi o presidente da Aprosoja-GO, Bartolomeu Braz Pereira, que reforçou os problemas que o produtor vem enfrentando. “Estamos reunidos nesta noite para tratar de assuntos que possam nos ajudar com a produção da soja, mas também não podemos esquecer que infelizmente o produtor tem passado por grandes problemas. Um deles é a insegurança no campo, mas estamos juntos, traçando estratégias com os órgãos competentes e iremos encontrar uma saída urgente”.

Palestras
A primeira palestra foi proferida pela diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB) Adriana Brondani, que discorreu sobre os desafios da biotecnologia na safra 2016/2017. Com uma apresentação dinâmica e envolvente, ela prendeu a atenção de todos com um jogo interativo sobre os diferentes assuntos da biotecnologia, como áreas de refúgio e plantas geneticamente modificadas.

“Para a preservação da tecnologia Bt, assim como para qualquer outra estratégia de controle de pragas, é fundamental um programa de Manejo de Resistência de Insetos (MRI) adequado”, ressaltou Adriana. “Deste modo, é extremamente importante a adoção de Boas Práticas Agronômicas em Culturas Bt, a fim de preservar a suscetibilidade das pragas às proteínas inseticidas.”

O clima foi outro assunto debatido durante o fórum pelo meteorologista da Somar, Celso Oliveira. Segundo ele, as frentes frias este ano estão se deslocando mais facilmente e a chegada do fenômeno La Niña, mesmo sendo mais fraca, poderá trazer chuvas melhor distribuídas pelo Centro-Oeste e irregulares para a região Sul do País. “Mas o produtor não deve se esquecer que, apesar desta previsão, é preciso ficar de olho no clima pois será um ano de mudanças climáticas”, reforçou.

Na palestra sobre mercado, o analista da Safras & Mercado, Paulo Molinari, disse que o clima e as mudanças políticas poderão influenciar as negociações de grãos. “Como estamos em um momento de incertezas, ninguém sabe o que poderá acontecer. Por isso, recomendo que o produtor aproveite as oportunidades do mercado para conseguir boas vendas”.

Para encerrar a noite, o pesquisador da Embrapa Cerrados, André Ferreira, destacou que a agricultura sustentável pode gerar bons resultados para o sojicultor. “A sustentabilidade permite ao produtor ter bons rendimentos com menores impactos ao meio ambiente. Vale ressaltar que o produtor precisa urgentemente iniciar um sistema de mudança; caso contrário o País não chegará a 2050 como principal produtor mundial de alimentos”. A rotação de culturas, o manejo integrado de pragas, a adubação química e o manejo de solo, são técnicas que, segundo Ferreira, precisam ser mais usadas.

Sindicato Rural de Rio Verde

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