Para Marcus Eduardo de Oliveira, é preciso saber equilibrar crescimento econômico e preservação de recursos naturais

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Numa época em que várias economias do mundo enfrentam o problema do desemprego, a transição para uma economia verde, pautada nos ideais da sustentabilidade e da não agressão ao meio ambiente, pode ser a saída. É isso que defende o economista Marcus Eduardo de Oliveira, professor de economia da UNIFIEO e da FAC-FITO, em São Paulo, para quem a economia verde é potencialmente geradora de empregos.

Examinando o relatório “Rumo ao Desenvolvimento Sustentável: oportunidades de trabalho decente e inclusão social em uma economia verde”, elaborado pela Iniciativa Empregos Verdes, o economista salienta que a economia verde tem capacidade para gerar, em pouco mais de 20 anos, mais de 50 milhões de empregos em nível mundial.
 
O economista salienta, no entanto, que tal objetivo só será alcançado se houver uma mudança de paradigma. “Com o atual modelo de crescimento econômico que prioriza o quantitativo dilapidando recursos não chegaremos a lugar algum. Isso afeta a distribuição de renda à medida que enfraquece as relações ambientais. É urgente a necessidade de discutirmos políticas públicas voltadas a priorizar o desenvolvimento sustentável”.

O economista chama a atenção para oito setores específicos da economia que seriam canalizadores de novos empregos, são eles: agricultura, silvicultura, pesca, energia, indústria manufatureira, reciclagem, construção e transporte.

Nossos governantes precisam entender, de uma vez por todas, que produtos e serviços ambientais respondem por novos empregos. Isso é imperativo social. “É necessário estabelecer medidas e processos de produção sustentáveis ao nível das empresas, especialmente entre as pequenas e médias empresas que são as grandes geradoras de empregos”, diz Marcus de Oliveira.

O economista desataca ainda alguns pontos importantes do referido estudo, entre eles o fato de que na União Europeia há quase 15 milhões de empregos diretos e indiretos na proteção da biodiversidade e recuperação dos recursos naturais e florestas. Afora isso, na Alemanha há o programa de renovação de prédios para melhorar a eficiência energética com forte apelo à geração de empregos indiretos. Por fim, o economista salienta a importância da Lei Nacional de Garantia de Emprego Rural na Índia e os programas na habitação social e de "bolsas verdes” no Brasil. “Essas políticas são, na essência, redes de proteção social que contribuem, sobremaneira, para o desenvolvimento sustentável”.