Chuva abaixo do esperado, mas ainda não preocupa

Índices apontam apenas 154 milímetros de chuvas em janeiro, 50% abaixo do esperado. Porém, reservatórios funcionam com 100% da capacidade


Ao contrário do que ocorre em Estados como São Paulo, Goiás não sofre ameaça de falta de abastecimento de água ou energia por falta de chuvas neste verão. Segundo informação repassada pela Saneago, todos os pontos de captação de água estão em ordem, com os reservatórios trabalhando com 100% da capacidade. Entretanto, os índices pluviométricos apontam apenas 154 milímetros de chuvas em janeiro, 50% abaixo do esperado para o mês.

Segundo a superintendente de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento da Secretaria de Tecnologia, Rosidalva Lopes da Paz, ainda é muito cedo para afirmar que a falta de chuvas nesse ano comprometa o abastecimento de água e energia em Goiás. “Embora janeiro venha apresentando números menores que o esperado, em dezembro choveu acima da média. Foram 500 milímetros no último mês de 2013. É preciso esperar a primeira quinzena de fevereiro para afirmar qualquer coisa com certeza, mas por enquanto não há risco”, diz. A média esperada para fevereiro são 250 milímetros.

Nas hidrelétricas, o nível nos reservatórios na região Centro-Oeste está em 41,42%. Para compensar essa baixa, o Governo Federal acionou as termelétricas. Apesar da baixa quantidade de água, seguida pelo Sudeste, com mesmo nível, e Nordeste, com 42,59%, o Ministério de Minas e Energia informa que os níveis dos reservatórios estão acima do que estavam no mesmo período no ano passado. O que, segundo o ministério, descarta o risco de racionamento e aumento da tarifa de energia.

Por outro lado, em São Paulo, o sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de água da capital paulista atingiu o nível mais baixo dos últimos dez anos. Na última terça-feira, os reservatórios estavam com 22,9% de sua capacidade, considerados crítico pela empresa. A principal razão é o baixo volume de chuva na região. Por lá, choveu menos de 70% do esperado no ano passado e no início de 2014 a tendência de pouca chuva se manteve. Alguns moradores chegaram a ficar sem água.

Produção
O veranico registrado entre 15 e 20 de dezembro chegou a prejudicar a produção de grãos no Estado. De acordo com o consultor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás, Cristiano Palavra, a falta de chuvas registrada em cidades como Rio Verde, Jataí e Montividiu nesse período prejudicou a fase de enchimento dos grãos de soja. O que prejudicou a colheita. A projeção é de 10% de perdas na safra de soja e pelo menos 20% na área plantada de milho.

“O problema da falta de chuvas nesse período de dezembro atingiu as plantas mais precoces, justamente no período em que o grão recebe o carboidrato da planta, restringindo o crescimento. No entanto, registramos uma melhora nos últimos dias de janeiro”, afirma. Comparado com os últimos anos, o mês de janeiro apresenta queda substancial de nível de chuva. Enquanto em 2012 choveu 442mm, 2013 foram registrados 327mm em Goiás. A explicação dada pelos meteorologistas é que um sistema estacionado sobre o Oceano Atlântico inibiu a formação de nuvens em todo o Brasil.

O Hoje

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